Grupo Tigre e PF prendem suspeito de participar do seqüestro da família de piloto

O Grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial), em parceria com a Polícia Federal, prendeu no fim da tarde desta terça-feira (16) um traficante ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) acusado de participar do seqüestro da família e da empregada doméstica de um piloto de helicóptero em Curitiba. ?Encontramos com Júnior um caderno com o estatuto do PCC redigido à mão, que comprova sua ligação com a facção?, relatou o delegado do Tigre, Riad Braga Farhat.

Valter de Oliveira Júnior foi encontrado em uma casa alugada, na cidade de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, local onde deu guarida aos quatro criminosos que seqüestraram a família do piloto, presos pelo Tigre há cerca de dez dias. ?Eles ficaram aproximadamente um mês e meio nesta casa, até que o seqüestro fosse planejado?, contou Farhat. Segundo o delegado, Júnior era o contato entre os seqüestradores e o PCC em São Paulo, de onde a ação de seqüestro foi comandada.

Durante a ação, os policiais cumpriram também mandados de busca e apreensão em duas casas no bairro Cajuru e na Vila Orleans. Na casa da Vila Orleans, eles encontraram dois quilos de maconha e meio quilo de cocaína, que seriam de Junior. ?A cocaína foi encontrada na forma mais pura, sem qualquer tipo de mistura?, contou o delegado da Polícia Federal, Fernando Francischini.

Segundo a Polícia Federal, o crime continuará sendo investigado para que encontrem outros integrantes do PCC no Paraná. ?Com este preso e o estatuto em mãos, vamos investigar possíveis ramificações desta organização no Paraná?, explicou Francischini.

?A atuação do Grupo Tigre e a parceria da Polícia Federal mostram mais uma vez que no Paraná não há lugar para seqüestradores. Todos os casos do Tigre são resolvidos com os reféns liberados e os criminosos presos?, disse o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari. O Grupo Tigre é especializado em seqüestro e operações de alto risco.

Estatuto

O estatuto do PCC, encontrado com o traficante, revela como deve ser o comportamento dos integrantes do grupo. O primeiro mandamento fala sobre ?lealdade, respeito, igualdade, solidariedade acima de tudo ao partido?. Na seqüência, vem a ?luta pela paz, justiça e liberdade?. Eles também falam sobre a união dos integrantes na luta contra as injustiças e opressão dentro do sistema penitenciário.

Caso

O seqüestro da mulher, filha e também da empregada doméstica do piloto José Melo Viana aconteceu em Curitiba, no último dia 4 de agosto, uma quinta-feira. O objetivo da quadrilha era forçar o piloto a alugar um helicóptero e resgatar um dos líderes do PCC de um presídio do interior de São Paulo.

Em cerca de 70 horas de investigação, o Grupo Tigre, com apoio da Polícia Federal, estourou o cativeiro, no bairro Boqueirão, em Curitiba, resgatou as três reféns e rendeu os seqüestradores. Alessandro de Jesus Alves, 19, conhecido como ?Colorau?, Elondri Marcelo Santos Boza, 24, o ?Cabelo?, Ana Lucia da Paixão, 36, e Edimar Alves, 37, conhecido como ?Fininho?, foram presos no cativeiro

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