O Grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial), especializado na solução de seqüestros, apresentou, durante a reunião do secretariado, na manhã desta terça-feira, o resultado de suas ações no Paraná. Segundo o delegado Riad Braga Farhat, a estrutura e a formação recebidas pelos policiais os capacita para o sucesso das operações de resgate.

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?Em quinze anos de trabalho do grupo, tivemos 100% dos casos resolvidos com sucesso, com os seqüestradores presos e os reféns libertados com segurança, sem pagamento de resgate?, relatou.

No ano passado, o grupo Tigre resgatou quatro reféns e prendeu 40 seqüestradores de São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Este ano, já foram realizados três resgates, com a prisão de 13 seqüestradores. ?O último foi neste fim de semana, quando prendemos os criminosos e libertamos a mãe, a filha e a empregada de um piloto de helicóptero?, contou Riad.

Durante a reunião, o delegado falou sobre a estrutura do grupo e o apoio da Secretaria da Segurança para a realização das operações de resgate. ?O grupo do Tigre é pequeno, mas altamente especializado. Hoje, temos o aval do secretário para trabalharmos especificamente com seqüestros. Treinamos todas as quartas-feiras e temos tempo para planejarmos as ações?, explicou Farhat.

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Segundo ele, todos os investigadores são formados ou estão cursando Direito e isto se reflete nas operações. ?O fato de terem formação no ensino superior, dá muito mais qualidade às investigações?, disse. Mas para ele, antes de qualquer coisa, o essencial para trabalhar no grupo é a honestidade. ?Treinamento e estrutura nós damos, mas honestidade vem de casa e isto a escola não pode ensinar. E este é um requisito essencial para os policiais que querem trabalhar conosco?, concluiu Riad.

Estrutura

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As viaturas utilizadas pelo grupo são todas descaracterizadas. ?Não temos nenhuma viatura do Tigre caracterizada, para não sermos identificados nas investigações?, disse Riad. O uniforme verde utilizado pelos policiais foi escolhido estrategicamente para diferenciar o grupo.

?Hoje muitas empresas de segurança utilizam uniforme preto e queremos nos diferenciar. Além disso, nossos resgates são geralmente no interior, porque os cativeiros no Paraná são montados no meio do mato. O uniforme ajuda a camuflar, além disso, demonstra força e unidade, já que podemos localizar quais são as pessoas do grupo em uma operação?, contou.

Seleção

Segundo Riad, para o policial participar do grupo, é necessário que ele passe por várias etapas. Depois do teste e do curso de formação na Escola Superior de Polícia, o policial que quer trabalhar para o Tigre precisa passar por um teste físico. ?Depois ele passa a trabalhar em serviços burocráticos até que faça o curso específico que nós promovemos a cada dois anos. Só assim ele pode participar das operações?, disse.

O curso dura um mês e vai das sete da manhã à uma hora da manhã do dia seguinte. ?A carga horária é bastante elevada, justamente para vermos se o policial tem o perfil necessário para compor o grupo?, contou Riad. Segundo ele, já existem na fila 473 policiais civis, militares e federais de todo o Brasil esperando para fazer o curso junto com os policiais paranaenses.