A Associação São Paulo e Minas de Preservação Ferroviária resolveu hoje tornar pública uma denúncia que, segundo o presidente da entidade, já havia sido enviada em forma de relatório ao governo federal, mas nenhuma providência foi tomada até agora. Segundo Denis William Esteves, linhas ferroviárias que começaram a ser desativadas em 1998 estão sendo furtadas, principalmente na região de Ribeirão Preto, interior paulista, e em São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas Gerais. Cerca de 50 quilômetros de trilhos já foram furtados por quadrilhas que usam o ferro e o aço.
Em fevereiro deste ano, um grupo formado por 14 pessoas, suspeitas de integrarem uma das quadrilhas, foi preso na cidade de Altinópolis (SP). Com os detidos, os policiais aprenderam uma caminhonete, maçaricos e botijões de gás. A suspeita é de que os trilhos estão sendo levados para o Rio de Janeiro e utilizados na construção civil.
Esteves afirma que já foi encaminhado ao governo federal um relatório sobre o abandono de alguns trechos e sobre as ocorrências de furtos mas que "por enquanto, a situação continua a mesma". "Eles disseram que iriam mandar um fiscal para averiguar mas não tivemos retorno", acrescentou. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que não foi comunicada sobre os furtos de trilhos.