O grupo de coordenação do governo reuniu-se hoje pela manhã para avaliar a crise política envolvendo o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e concluiu que ele deve permanecer no cargo e que a oposição acirra a luta porque percebeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está consolidado como favorito na disputa eleitoral deste ano.

continua após a publicidade

Participaram da reunião o chefes da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, da Integração Nacional, Ciro Gomes, e da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, além dos líderes do PT, Henrique Fontana (RS), e do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

"Há um movimento, claramente da oposição, para gerar um clima de desestabilidade (sic) no País", afirmou Fontana, depois de participar da reunião. Ele disse que a reação a isso será expor, transparentemente, essa intenção dos partidos da oposição

Fontana condenou qualquer quebra de direitos constitucionais, ao ser questionado sobre o vazamento da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, mais conhecido como "Nildo", cujas declarações contestam às de Palocci, de que não teria participado de encontros na mansão alugada por antigos assessores da prefeitura de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

continua após a publicidade

O líder do PT na Câmara afirmou que o ministro da Fazenda também reprova a quebra de direitos constitucionais e que essa é a posição da legenda e da bancada na Casa. "Queremos o respeito à Constituição do País. Temos absoluta contrariedade à quebra do sigilo", afirmou.

Fontana avaliou que, como a oposição viu-se frustrada porque o denuncismo não retirou o favoritismo de Lula na reeleição, como apontam as pesquisas, partiu para o ataque contra Palocci, que, segundo ele, "está fazendo um trabalho vitorioso".

continua após a publicidade

Fontana defendeu a investigação da quebra ilegal do sigilo bancário de "Nildo" e avaliou que isso só traz prejuízos para o governo. "Seria uma tática burra porque só traz prejuízos para o próprio governo. Seria estranho, depois de quase um ano de deflagrada a crise, usar a máquina contra o caseiro", afirmou