O Greenpeace iniciou no Paraná um trabalho de corpo-a-corpo com os produtores de soja para reforçar as vantagens de plantar o grão convencional. O engenheiro agrônomo Marcel Madureira está percorrendo todo o Estado distribuindo cartilhas e informações para os agricultores. ?Faltam informações para os agricultores. Eles precisam saber que a soja convencional ou orgânica tem aceitação mundial e ainda pode ser vendida por um preço melhor?, afirmou o ativista da ONG.
O mesmo trabalho será feito pela entidade do Mato Grosso pelo também engenheiro agrônomo Fábio Leme. ?Para o produtor, lidar com semente transgênica é como vender a alma para o diabo. No começo, são só vantagens. Mas depois, ele descobre que entrou em um caminho sem volta?, comentou Leme, referindo-se ao pagamento de royalties e o risco de contaminar lavouras vizinhas.
Marcel afirmou que também vai provar que a soja transgênica não gera vantagens para o agricultor. ?Pudemos ver durante esse período de estiagem que a soja convencional resistiu melhor do que a soja transgênica?, afirmou o engenheiro. No Paraná, na região Sudoeste, castigada pela seca na mesma intensidade que as regiões produtoras gaúchas, a produtividade da soja convencional foi de 1.745 kg por hectare. Já no Rio Grande do Sul, os produtores de soja transgênica vão colher apenas 780 kg por hectare.
Ventura Barbeiro, também engenheiro agrônomo do Greenpeace, ressaltou ainda que a semente transgênica não foi desenvolvida visando aumento na produtividade, mas a redução de custos devido ao menor uso de herbicidas. ?A semente transgênica não resiste a uma situação de estresse, como a falta ou o excesso de água. Por isso, com a seca vivida nesta safra, a quebra da produção transgênica foi maior do que a convencional?, explicou.
Voluntários
De acordo com Ventura, a meta da ONG é criar um grupo de voluntários no Paraná para expandir as ações da entidade no Estado. ?Queremos atuar aqui no Paraná em todas as áreas que o Greenpeace trabalha. Os interessados em ingressar na nossa equipe podem nos procurar porque já estamos recrutando os voluntários?, afirmou.
Para enviar currículos ou obter mais informações sobre o trabalho na ONG os interessados devem falar com Emílio Pompeu pelo e-mail emilio.pompeu@br.greenpeace.org ou pelo telefone (11) 3035-1195. O site da entidade também oferece informações e ainda disponibiliza gratuitamente o ?Guia do Consumidor ? Produtos com ou sem transgênicos?.