Greenpeace simula desastre de petroleiro na sede da UE

Mais de 35 ativistas do Greenpeace, de 10 países europeus, simularam hoje pela manhã um acidente com petróleo na entrada da sede da União Européia, durante a reunião dos Ministros europeus de Transporte, Telecomunicações e Energia. Os ministros estão reunidos para discutir a segurança marítima. Voluntários vestidos de pássaros contaminados com petróleo carregavam placas e faixas dizendo “Ajam agora”. Também foi jogado petróleo nas bandeiras dos estados-membros da União Européia. Cinco barris contendo óleo e resíduos retirados dos locais contaminados pelo desastre do Prestige foram deixados na entrada do edifício.

O Greenpeace pede responsabilização total e ilimitada para todos os envolvidos nesses acidentes, desde donos, gerentes e operadores da embarcação até os donos da carga. Além disso, o Greenpeace pede que a União Européia implemente um banimento imediato do uso de navios de casco simples e uma exclusão das áreas ecologicamente sensíveis das rotas de passagem de navios.

O Greenpeace acredita que a União Européia está, mais uma vez, apenas reagindo de maneira a conter a crise surgida de um desastre ambiental causado por um acidente marítimo envolvendo milhares de toneladas de óleo. As regras que foram adotadas – mesmo se totalmente implementadas – após o desastre do petroleiro Erika são inadequadas para prevenir outros acidentes. A realidade é que o petróleo do Prestige está atingindo quantidades cada vez maiores da costa espanhola, prejudicando o ambiente marinho e destruindo o meio de vida de muitas pessoas que dependem do mar para sobreviver.

“O sistema tal qual ele se apresente hoje precisa ser mudado”, disse Simon Carroll, do Greenpeace. “Já é hora daqueles que tomam as decisões de olharem muito atentamente para o meio ambiente e colocá-lo acima das demandas da indústria de navegação. Hoje, precisamos de mecanismos efetivos que sejam implementados, reforçados e apoiados. As medidas atuais e as que estão sendo propostas agora simplesmente não são suficientes para prevenir outro desastre como o do Prestige”.

O Greenpeace critica algumas das medidas sugeridas pela Comissão. A proposta de proibir o uso de navios de um único casco para o transporte de combustível cru deveria ser mais abrangente, e incluir toda e qualquer carga perigosa. Apesar da necessidade de proteger as regiões costeiras e suas águas, nenhuma ação concreta e nenhum prazo para desenvolver e implementar essas medidas foram definidos.

“Precisamos colocar os oceanos e as pessoas que dependem do ambiente marinho para sua sobrevivência acima de todas as outras considerações”, concluiu Carroll.

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