Greenpeace protesta em todo o mundo contra a guerra no Iraque

O Greenpeace protestou pacificamente na Austrália, França e Reino Unido como parte de uma campanha global para impedir a guerra no Iraque. Às 7h45 da manhã de hoje, 14 ativistas da organização entraram no porto militar de Southampton`s Marchwood, no Reino Unido. Sete deles foram presos, mas cinco voluntários conseguiram escalar e trancar-se dentro dos tanques de guerra que estavam prestes a ser carregados para dentro dos navios de suprimento que seguiriam para o Golfo Pérsico.

Além disso, dois ativistas acorrentaram-se aos tanques e mais três acorrentaram-se aos portões do porto militar, impedindo que outros equipamentos de guerra cheguem ao local.

Ao mesmo tempo, ativistas do Greenpeace que estavam no porto de Toulon, na França, protestaram contra a partida de porta-aviões para a Turquia hoje pela manhã e pediram que o Presidente Jacques Chirac explique porque ele autorizou o envio deste porta-aviões se, publicamente, ele se opõe a uma ação militar no Iraque.

Ontem à noite na Austrália, ativistas encheram um balão de ar quente em frente ao Parlamento em Canberra, como forma de pedir que o governo australiano pare de enviar tropas para o Iraque e dê uma chance à paz.

Falando de Southampton, a bordo do barco Rainbow Warrior, do Greenpeace, o coordenador da campanha, Blake Lee Harwood disse que “o Greenpeace usará todos os meios pacíficos que estiverem disponíveis para tentar evitar esse ataque contra o Iraque. O governo britânico já ordenou que cortassem a âncora de nosso barco e tentou remover o Rainbow Warrior do porto militar, mas nós continuaremos achando maneiras de fazer oposição a essa guerra que terá consequências desastrosas. Um ataque contra o Iraque levaria ao sofrimento maciço de civis e ao crescimento da ameaça de utilização de armas de destruição em massa”.

Bush e Blair justificam a invasão do Iraque através do desejo manifestado por Saddam Hussein de adquirir armas de destruição em massa. No entanto, ofensivas militares preventivas contra países que possuam ou sejam suspeitos de possuir armas químicas, biológicas ou nucleares não garantem, segundo do Greenpeace, um fundamento para controlar esses países. A organização avalia que seriam necessários, desta maneira, recorrentes intervenções armadas contra inúmeros países.

As cinco potências nucleares são Reino Unido, Estados Unidos, China, França e Rússia. Outros países reconhecidamente possuidores de armas nucleares são a Índia, o Paquistão e Israel. O governo de Bush afirma que pelo menos 13 países estão realizando pesquisas de desenvolvimento de armas biológicas.

O Greenpeace acredita que a solução para a ameaça das armas de destruição em massa é o controle e o desarmamento internacionais coletivos. O modelo já existe, na forma do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), da Convenção de Armas Biológicas e da Convenção de Armas Químicas. Mas, ao invés de serem fortalecidos, esses tratados têm sido boicotados, especialmente pelos EUA.

O greenpeace diz que uma clara motivação para esta guerra é o petróleo. As empresas que mantêm a sede que os norte-americanos por petróleo são as mesmas que se opõem ao Protocolo de Kyoto e que estão patrocinando a guerra contra o Iraque.

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