Greenpeace monta acampamento em navio que iria ao Iraque

Um time de voluntários do Greenpeace montou um acampamento de paz a bordo de um navio britânico de suprimentos militares que iria para o Golfo Pérsico. Os cinco voluntários escalaram o MV Lyra, que é comandado pelo Exército Britânico, enquanto a embarcação partia hoje pela manhã carregada com suprimentos militares.

Os cinco voluntários, carregando alimentos e equipamentos de proteção, montaram um acampamento na rampa localizada na popa do Lyra. Outros ativistas a bordo de botes infláveis pintaram ?Guerra Não? nas laterais do navio. A tripulação do MV Lyra molhou os ativistas nos infláveis com mangueiras de alta pressão.

O Lyra veio do porto de Shouthampton?s Marchwood, o qual foi bloqueado pelo barco Rainbow Warrior, do Greenpeace, na última segunda-feira. Hoje pela manhã, o Rainbow Warrior ancorou próximo ao Lyra. O acampamento de paz faz parte de uma campanha global que o Greenpeace está realizando para evitar um ataque militar no Iraque, o qual poderia matar milhares de civis e aumentar consideravelmente as chances de utilização de armas de destruição em massa.

?O Greenpeace vai permanecer nesse navio até o Golfo, se necessário. A guerra é a maneira errada de acabar com a expansão das armas nucleares e químicas. A única maneira segura de se livrar desse tipo de armas de destruição em massa é através de acordos globais e pacíficos. E isso vale não apenas para o Iraque, mas para todos os países, inclusive EUA e Reino Unido?, disse John Sauven, do Greenpeace, a bordo do Rainbow Warrior.

O Greenpeace se opõe à guerra contra o Iraque ? independentemente do ataque ser ou não aprovado pela Organização das Nações Unidas ? porque ela traria consequências devastadoras para os seres humanos e meio ambiente. De acordo com especialistas militares e da área de saúde, uma guerra convencional poderia matar mais de 200 mil pessoas, principalmente civis, e mais 250 mil poderia morrer em decorrência de fome e doenças (MEDACT). Se a guerra evoluir e envolver armas químicas e/ou nucleares, o número de mortes poderia alcançar a casa dos milhões.

Segundo o Greenpeace, a guerra é obviamente motivada pelo petróleo. As mesmas forças que estão apoiando a guerra estão também se opondo à entrada dos EUA no Protocolo de Kyoto, que poderia combater as mudanças climáticas. O governo britânico anunciou, recentemente, que uma das cinco prioridades para a política internacional do Reino Unido é assegurar o acesso à energia. Ainda assim, Blair nega que um possível ataque ao Iraque estaria relacionado ao petróleo.

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