Greenpeace impede entrada de navio em Paranaguá

Desde às 10h de hoje, ativistas do Greenpeace estão bloqueando a entrada do navio Global Wind ? que carrega 30 mil toneladas de soja transgênica da Argentina ? no porto de Paranaguá, no Paraná. Um ativista se prendeu à corrente da âncora do navio, junto a uma faixa identificando a carga como transgênica.

O objetivo da ação é impedir que a soja não transgênica exportada pelo Porto de Paranaguá seja contaminada com a geneticamente modificada vinda de outros lugares. Segundo o Greenpeace, a ação visa pretender proteger as vantagens comerciais do Brasil em manter-se como a principal fonte de soja não transgênica. A ação em Paranaguá é parte da expedição “Brasil Melhor sem Transgênicos”, que o Greenpeace vem realizando desde meados de abril a bordo do navio Arctic Sunrise.

“As vantagens econômicas de ser o maior fornecedor de soja não transgênica do mundo podem ser perdidas caso não haja controle para evitar a contaminação”, disse Gabriela Vuolo, do Greenpeace. “O governo federal deveria apoiar os esforços da administração do Porto de Paranaguá e do governo paranaense em continuar realizando a fiscalização. E a política do Paraná para evitar a contaminação por transgênicos deveria servir de exemplo para todo o país. O Greenpeace não vai permitir que transgênicos vindos de outras partes do Brasil e do mundo contaminem o único porto não transgênico do país”, complementou.

O Porto de Paranaguá é o único no Brasil a adotar medidas efetivas para controlar as cargas e manter as exportações de soja livres de contaminação transgênica. O estado do Paraná, segundo maior produtor de soja no Brasil, proibiu no final do ano passado o cultivo, processamento, comercialização, transporte e exportação de soja geneticamente modificada em seu território e nos portos de Paranaguá e Antonina. A proibição foi aprovada logo após a publicação da Medida Provisória 131, assinada pelo governo Lula, que liberou provisoriamente o plantio comercial de soja transgênica no Brasil. Atualmente, o Paraná está sofrendo pressão de outros estados e de órgãos federais para aceitar a exportação transgênicos através de seus portos.

“Os ativistas do Greenpeace continuarão impedindo que a soja do Paraná seja contaminada até que tenhamos a certeza de que os interesses comerciais brasileiros e as exportações de soja não transgênica não serão prejudicados”, disse Gabriela. “É preciso que o governo não só apoie a proibição paranaense, mas também que inclua nessa proibição os navios carregados de soja transgênica que vêm para Paranaguá a fim de realizar operações de “top-loading”, ou seja, serem completados com soja não transgênica”, complementou Gabriela.

Voltar ao topo