Greenpeace faz na Europa novos protestos contra soja na amazônia

Após participar da Marcha pela Floresta em Pé, que reuniu nesse domingo (21) cerca de 800 pessoas em Santarém (PA), a organização não-governamental (ONG) ambientalista Greenpeace fez hoje (22) na Europa novos protestos contra a presença da soja na Amazônia.

Em Surrey, na Inglaterra, os ativistas bloquearam com quatro toneladas de soja a principal entrada da unidade industrial da multinacional Cargill; em Orleans, na França, eles fizeram perfomances (apresentações teatrais) na empresa Saint Valley, que trabalha com exportação de carne de frango.

"Estamos hoje promovendo ataques globais. A Cargill ligou de Washington (nos Estados Unidos, país sede da empresa): eles estão recebendo uma pressão pesada dos clientes e querem conversar", revelou o coordenador da campanha Amazônia, do Greenpeace, Paulo Adário.

Na semana passada, a Cargill enviou à prefeita de Santarém, Maria do Carmo (PT), uma carta pública na qual se comprometia a comprar soja apenas dos produtores que cumprissem o Código Florestal (que determina que apenas 20% da área total da propriedade pode ser desmatada na Amazônia). "Esse comunicado não tem valor legal, é pura questão de marketing", acusou Adário.

O Greenpeace ? assim como entidades, redes e movimentos sociais locais, como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Frente de Defesa da Amazônia (FDA) e o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) ? exige a desativação do terminal graneleiro da Cargill em Santarém. Ele foi construído em 2003, sem estudo de impacto ambiental, graças a uma liminar concedida pela Justiça. O Ministério Público Federal entrou então com uma Ação Civil Pública e, em fevereiro deste ano, a Cargill foi condenada a realizar os estudos.

Na última sexta-feira (19), o terminal foi bloqueado durante quatro horas pelo navio Arctic Sunrise, do Greenpeace. Dezesseis ativistas ? entre brasileiros e estrangeiros – foram detidos pela Polícia Federal, mas estão soltos. "Eles responderão pelo crime de desobediência, cuja pena máxima prevista é de dois anos de detenção", explicou a delegada Luciana Mota.

Adário informou ainda que o navio parte hoje para Manaus (AM), onde deve chegar na quarta-feira. No fim de semana, ele estará aberto à visitação.

No escritório da Cargill em Santarém, o atendente informou que a empresa não está se pronunciando sobre o assunto.

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