Governo reajusta bolsa-auxílio para estudantes indígenas

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior aumentou o valor das bolsas-auxílio para estudantes indígenas das universidades e faculdades estaduais de R$ 270,00 para R$ 350,00 mensais. O reajuste de 29% será aplicado a partir de março deste ano. A bolsa-auxílio foi instituída em 2003 para ajudar nas despesas com estadia e alimentação.

Atualmente, 72 indígenas estudam nas universidades de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), de Ponta Grossa (UEPG), em Guarapuava (Unicentro), em Cascavel (Unioeste) e em cinco faculdades, de Paranaguá , de Cornélio Procópio, de Jacarezinho e de Bandeirantes. O ?Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná? já foi realizado cinco vezes; o último, ocorrido em janeiro deste ano, teve a UEPG como sede.

Em 2007, e pela primeira vez, o concurso será realizado na Universidade Federal do Paraná, informou nesta quinta (06), o presidente da comissão, professor José Roberto Galdino. Segundo a professora da UEL, Maria Inês Nobre Ota, que integra a Comissão Universidade para os Indígenas (CUIA ), a maior dificuldade dos estudantes não é a integração na sala de aula, mas ?a saudade das famílias?, com as quais eles mantém um vínculo bastante forte. ?Eles dão muita importância aos filhos, aos pais, aos irmãos, ao casal?.

Nas salas de aula, acrescenta, ?os estudantes demonstram muitos saberes?. Porém, conta ainda, ?às vezes, eles encontram dificuldades para extravasá-los?, daí a necessidade de acompanhamento permanente.

Para a professora da UEM, Isabel Cristina Rodrigues, que também integra a CUIA, a presença dos estudantes indígenas ajuda, muitas vezes, a universidade pública a rever seus próprios métodos de ensino. ?É uma experiência gratificante?, afirma. ?No item freqüência eles são os melhores?, destaca. Na avaliação do professor da UEPG, José Borsato, representante da instituição na CUIA, em geral os estudantes indígenas vêm para a universidade com pouca base do ensino fundamental, o que os impede de acompanhar o ritmo dos cursos. ?Por isso criamos as aulas de reforço?.

O professor explica ainda que antes o estudante indígena escolhia o curso influenciado pelo cacique e membros da aldeia. ?Hoje não é mais assim. Primeiro ele faz o vestibular, depois participa de seminários e de palestras sobre as áreas do conhecimento e tem a liberdade de escolher se é aquilo mesmo que ele quer fazer na vida?.

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