O governo federal enviou projeto de lei ao Congresso fixando em um ano o prazo máximo para o julgamento de homicidas nos Tribunais de Justiça dos Estados e na sexta-feira enviará outro, que restringe a progressão de pena para os condenados por crimes hediondos. As medidas têm por objetivo combater a impunidade e melhorar a sensação de justiça junto à população, segundo informou hoje o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

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Bastos lembrou que, na sua militância como advogado criminal, viu dezenas de casos em que autores de homicídio levam seis anos ou mais para serem julgados. "A demora acentua o espírito de injustiça e de impunidade", declarou. Bastos reuniu-se hoje com representantes de entidades e com familiares de vítimas da violência e recebeu documentos, entre os quais uma proposta de emenda popular que prevê medidas contra a impunidade para autores dos crimes contra a vida.

Para o ministro, é fundamental tornar mais rápido o julgamento de pessoas que cometem homicídio. "Não sou a favor da prisão preventiva obrigatória, mas de um julgamento rápido. A sociedade tem esse direito", enfatizou. Ele também se colocou contra a pena de morte e outras penas radicais.

A necessidade de modificar a lei penal, conforme o ministro, ficou patente após a decisão do Supremo Tribunal Federal, no mês passado, de estender o benefício da progressão da pena aos autores de crime hediondo.

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A decisão permite que um condenado por narcotráfico, seqüestro seguido de morte ou homicídio possa passar do regime fechado para o aberto do mesmo modo que autor de um crime comum, como estelionato. A idéia é criar condições mais rígidas para a progressão, como o aumento do tempo de permanência no regime fechado.