Com o aumento da procura por títulos do governo verificada a partir de setembro, o Tesouro Nacional espera reduzir as despesas para resgatar papéis que estão vencendo e, com isso, encerrar o ano com R$ 100 bilhões em caixa. Desse total, cerca de R$ 45 bilhões estão vinculados diretamente ao pagamento da dívida que vencerá nos primeiros três meses da gestão do próximo governo. Essa projeção leva conta o cumprimento da meta de superávit primário acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2002. Em outubro, somente Tesouro, Banco Central e INSS conseguiram receitas superiores aos gastos do período no montante de R$ 3,8 bilhões.
No acumulado do ano, esse ganho chamado de superávit primário já soma R$ 33,8 bilhões e supera em R$ 3,1 bilhões a meta de R$ 30,7 bilhões prevista para o ano. O aperto fiscal imposto pelo governo até agora é bem maior do que o realizado no mesmo período de 2001. O superávit primário entre janeiro e outubro é R$ 8 bilhões maior do que os R$ 25,8 bilhões registrados no ano passado. Boa parte desse crescimento se deve a receitas extraordinárias que somaram cerca de US$ 14 bilhões e não deverão se repetir no ano que vem.


