O secretário do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, e o presidente da Mineropar, Eduardo Salamuni, lançaram nesta quarta-feira (23) no município de Ribeirão do Pinhal o Programa de Plantio de Mata Ciliar na Área de Afloramento do Aqüífero Guarani. Para secretário, a proteção das áreas de afloramento Aqüífero é imitar a natureza.?Não é reinventar a vida, mas garantir que ela permaneça para hoje e sempre?.
O programa será realizado em 36 municípios do Estado. No Paraná, a área do Aqüífero é de 131,3 mil quilômetros quadrados – ou seja, está presente em 340 dos 399 municípios. Esses pontos estão localizados em municípios sob os quais encontra-se o reservatório e onde o solo, de formação de arenito, permite a recarga do aqüífero. ?A proteção dos pontos de recarga é essencial para garantir a qualidade da água nestes locais onde o Aqüífero encontra-se mais vulnerável?, afirmou Cheida.
Segundo ele, o uso inadequado das terras localizadas nessas áreas pode comprometer a qualidade da água. ?É através da superfície que a água é absorvida para o reservatório subterrâneo?, explicou o secretário.
O Governo do Paraná vem trabalhando no desenvolvimento de ações para o aproveitamento sustentável e ampliação do conhecimento hidrogeológico sobre o Aqüífero Guarani, o que já coloca o Estado em segundo lugar em volume de informações reunidas sobre o Aqüífero. ?O Paraná parte do princípio de que a água é um bem público e essencial à vida humana. Assim, dentre as diversas ações desenvolvidas, o governo trabalha para que o Aqüífero Guarani esteja sob a proteção do Estado e de seu povo?, afirmou o governador Roberto Requião. Os recursos hídricos subterrâneos (aqüíferos) representam cerca de 97% do total de água doce existente no planeta Terra .
Dados da Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) indicam cerca de 50 poços cadastrados para exploração do Aqüífero Guarani em diversas regiões do Estado, sendo a maior parte deles para o abastecimento público.
Conservação
Um dos temas de maior debate atualmente no Brasil está relacionado à conservação do Aqüífero Guarani. ?A quantidade de água subterrânea que pode ser bombeada com segurança ano após ano depende da capacidade do reservatório natural e das condições climáticas e geológicas que possibilitem a recuperação do aqüífero?, afirmou a coordenadora de Recursos Hídricos da secretaria do Meio Ambiente, Tânia Graf de Miranda.
De acordo com Cheida, ?há necessidade de cuidados especiais relacionados à preservação da mata ciliar, manejo e disposição de produtos tóxicos, lixo urbano, rejeitos industriais e também aplicação de agrotóxicos no solo nas áreas de recarga do Aqüífero?, explicou Cheida, lembrando que o trabalho será desenvolvido em parceria com a Mineropar.
Para o presidente da Mineropar, Eduardo Salamuni, a sustentabilidade do Aqüífero Guarani depende da identificação e controle das fontes de poluição em toda sua extensão, não só nas áreas confinadas mas também e, principalmente, da qualidade do solo nas áreas de recarga. ?Este é um dos principais fatores que influenciam na qualidade da água?, explicou Salamuni. ?Nessas áreas é necessário todo o nosso cuidado para que a água entre limpa e tenha a qualidade para preserva-la para as atuais e futuras gerações?, destacou.
Ao término da cerimônia de lançamento, todos os presentes participaram do plantio de 1.200 mudas de 8 espécies nativas em 8 mil metros quadrados na Chácara Vô Synezio, onde será formado o Bosque Guarani.
Abrangência
O Aqüífero Guarani é um dos maiores mananciais de água doce subterrânea do Planeta, com 1,2 milhão de quilômetros quadrados de extensão. Aproximadamente 71% desta área, ou o equivalente a 840 mil quilômetros quadrados, encontra-se no Brasil, nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. O Aqüífero abrange ainda parte da Argentina, Paraguai e Uruguai.