Governo desvia dinheiro da Saúde a outra área, diz Serra

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, acusou nesta quinta-feira (24) o governo petista de desviar recursos destinados à saúde para outras áreas, como o Bolsa Família. "O governo federal tem desviado recursos, o Tribunal de Contas demonstrou. Só para o Bolsa Família foram desviados R$ 1,6 bilhões. Nada contra o Bolsa Família, mas não é gasto de saúde", disse o tucano ao ser sabatinado no auditório do Grupo Estado.

Serra afirmou que a melhor coisa que o PT poderia fazer no campo da saúde pública seria o cumprimento, por parte do Ministério da Saúde, de uma emenda constitucional – cuja aprovação ele afirma ter coordenado – que assegura gastos mínimos da União, dos Estados e dos municípios.

O candidato defendeu o restabelecimento de mutirões de cirurgia de catarata – suspensos, segundo informou. "Nós estávamos operando 300 mil pessoas por ano no Brasil. Agora vai cair para 100 mil, o que não dá conta sequer do aumento vegetativo das pessoas com catarata.

Serra também condenou a atuação do governo federal em relação aos medicamentos genéricos. Ele afirmou que, na sua gestão, "um medicamento genérico era examinado três, quatro meses, e isso passou para um ano agora". "Tudo aquilo que eu fazia no Ministério da Saúde e tinha muito a marca minha foi deixado de lado.

O candidato negou uma possível integração entre o programa de entrega domiciliar de medicamentos da prefeitura paulistana e o programa de Farmácia Popular do governo federal, chamando o último de "cosmético". "Nós distribuímos na prefeitura 174 medicamentos. É quatro vezes mais que a maior lista do Brasil." Segundo ele, uma pesquisa do Ibope apontou que 94% consideram ‘ótima e boa’ a distribuição de medicamentos na cidade de São Paulo e as Amas (atendimento médico ambulatorial) – "um misto de pronto-socorro e unidade básica de saúde" – tem aprovação de 92%.

Segundo Serra, as Santas Casas respondem por 50% dos leitos ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos hospitais. "São Paulo é o Estado, de longe, onde a filantropia séria tem mais peso. E as Santas Casas estão estranguladas por causa das transferências do SUS. Foi um movimento contrário ao que aconteceu no ministério." Defendeu um sistema de financiamento público das dívidas das Santas Casas e citou sua gestão na Saúde como exemplo.

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