Brasília – O Ministério da Agricultura coloca em consulta pública por 3 dias a partir de segunda-feira o plano de prevenção da gripe aviária e da doença de NewCastle. A portaria nº 48, que define o plano, foi encaminhada hoje (17) para a publicação no Diário Oficial. O plano define as medidas de prevenção contra a doença que foram acordadas com o setor privado.

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O plano prevê que a adesão dos Estados será voluntária. Segundo o coordenador de Sanidade Avícola do Ministério da Agricultura, Marcelo Motta, no momento em que aderirem ao plano, os Estados terão que executar uma série de ações. A idéia é que os Estados cadastrem todas as suas propriedades rurais que desenvolvem avicultura, definam uma lista de veterinários que atuam na área e que emitem guias de trânsito animal, identifiquem os sítios de aves migratórias e façam o mapeamento da avicultura de subsistência.

A partir do momento em que atender às determinações do plano de prevenção, o Estado poderá fechar as suas fronteiras para as áreas que não estejam participando do programa de sanidade. Isso significa que o Estado que não tiver aderido ao programa não poderá mandar para uma região vizinha aves para o abate. Ele explicou que o plano não prevê restrições ao trânsito de aves para a reprodução porque os animais são originados de granjas certificadas com acompanhamento de médico veterinário e condição sanitária diferenciada.

Motta admitiu que o plano proposto pelo governo é mais complexo do que o que vinha sendo defendido pelo setor privado. Ele explicou que a proposta do setor privado, que previa a restrição ao trânsito de animais a partir do momento em que o Estado aderisse ao programa, poderia ser interpretada no exterior como uma medida de desconhecimento da situação sanitária ou da presença da doença.

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Além disso, afirmou ele, poderia haver um impedimento jurídico para a restrição ao trânsito de animais para não cercear a circulação de produtos entre as unidades da federação. A saída encontrada pelo Ministério para evitar tais problemas, segundo ele, foi determinar aos Estados a adoção de uma série de ações para embasar cientificamente o plano de prevenção da influenza. "Não adianta fechar as fronteiras e isso ser encarado como se estivéssemos escondendo a doença", disse.

O plano, que foi negociado com a União Brasileira de Avicultura e com a Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abief) prevê, conforme o coordenador, um prazo para os Estados adotarem as normas. Ele informou ainda que para a implantação do plano, o Brasil será dividido em regiões geopolíticas.

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