Governo adia reunião para fechar acordo com Polícia Federal

O governo ganhou pelo menos 24 horas na tensa negociação com os líderes das carreiras da Polícia Federal. Sob alegação de que um técnico do Ministério do Planejamento estaria em viagem a São Paulo, a assessoria do ministro Paulo Bernardo adiou a reunião com os policiais para amanhã à tarde. O encontro estava marcado, inicialmente, para hoje em Brasília. "Aumenta a ansiedade", declarou Sandro Avellar, presidente da Associação Nacional dos Delegados da PF.

Os federais querem imediato reajuste salarial de 30%, mas o governo resiste porque pretende impor contingenciamentos. A base da reivindicação da PF é um documento assinado em 2 de fevereiro do ano passado pelo então ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos. A pendência é o primeiro grande desafio do novo ministro da Justiça, Tarso Genro, que abriu negociação com os federais. A PF é subordinada à pasta dirigida por Tarso. O acordo fechado no ano passado com o Grupo de Entidades Representativas de Classe (Gerc) da PF prevê pagamento de 60% em duas parcelas de 30%. A primeira foi quitada em julho. A segunda deveria ter sido paga em dezembro, mas não foi.

Os federais acusam o governo de dar um calote. Na última semana de março, eles decidiram fazer um protesto de advertência que alcançou 25 das 27 superintendências regionais. A paralisação de 24 horas afetou diretamente o andamento de 38 mil inquéritos em quase todo o País. Pelo menos 4 mil passaportes deixaram de ser expedidos, segundo balanço da Federação dos Delegados da PF. Na semana passada, os federais ameaçaram com uma operação-padrão nos principais aeroportos e portos, mas recuaram. Marcos Vinício Wink, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, foi informado que o encontro de hoje teria de ser adiado por causa da ausência de um dos técnicos do Planejamento.

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