Genro propõe estatização de vagas ociosas das universidades

Brasília – O Governo Federal quer enviar ainda neste ano a proposta da reforma universitária ao Congresso Nacional. O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo ministro da Educação, Tarso Genro, que participou de audiência pública na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

O projeto do governo vai permitir a criação, até o final do ano, de 100 mil vagas públicas em instituições privadas de ensino superior. O processo de negociação, que vem sendo desenvolvido com representantes dessas instituições, foi autorizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve estar concluído em uma semana. O objetivo, segundo informou o ministro da Educação, é que essas instituições reservem 25% de suas vagas para estudantes carentes. “As vagas estarão à disposição do MEC para a população de baixa renda, pessoas com capacidade diferenciada, afro-descendentes, índios, egressos ou internos do sistema penitenciário, em processo de recuperação”, explicou o ministro, assinalando que a iniciativa visa a garantir acesso a um serviço público explorado pela iniciativa privada.

Segundo Tarso Genro, a negociação que está sendo feita vai permitir a oferta de 300 mil vagas em cinco anos.

O ministro informou que um levantamento demonstra que 37% das vagas nas universidades privadas estão “ociosas”. As instituições sem fins lucrativos ou filantrópicas, segundo ele, estão negociando a ocupação pública de parte dessas vagas. Tarso Genro garante que esse acordo é positivo para as universidades privadas, já que as instituições que participarem não precisarão realizar nenhum investimento, pois as vagas já estão disponíveis.

O mecanismo proposto pelo Governo, segundo Tarso Genro, não vai provocar aumento de mensalidade nas universidades particulares, pois não haverá necessidade de acréscimo de capital ou de ampliação de estrutura.

Voltar ao topo