Genro engrossa coro dos que dão como certa candidatura de Lula

São Paulo – O chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro, engrossou hoje o coro dos petistas que dão como quase certa a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, apesar de ele não ter feito, até o momento, nenhuma manifestação publica sobre o assunto. Sobre se a presença de Lula no Encontro Nacional do PT, que tratará, especificamente, do tema da reeleição, não significa que o martelo está batido em relação assunto, Genro disse, sorridente: "Eu acho que a presença dele lá no encontro aumenta sim as possibilidades de ele ser candidato." A declaração foi feita durante uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.

"A prova está aí, no processo político, de uma crise, hoje já quase terminal, que estamos vivendo", completou. Ele também ironizou o fato de Lula se manter em silêncio em relação à candidatura.

Ao comentar a possibilidade de ele elaborar uma nova "Carta ao Povo Brasileiro" para um eventual segundo mandato, Genro disse, mais uma vez: "Seja quem for nosso candidato à Presidência, e eu tenho a presunção de que deve ser o Lula, ele vai fazer uma manifestação a respeito de sua candidatura, e vai manifestar-se por escrito à sociedade."

A elaboração de uma nova versão da carta, apresentada pelo presidente na época em que disputou a eleição de 2002, ainda não está definida, segundo o chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Mesmo assim Genro admitiu que esta é uma discussão que é tomada tanto pelo partido como por membros do governo e de legendas da base aliada

"Não há nenhuma determinação ainda do presidente de que se faça uma nova carta, nem há uma negativa dele em fazê-lo", afirmou.

O chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência ressaltou que esta é uma demanda surgida dentro da base aliada do PT para que Lula manifeste no papel o comprometimento de combinar estabilidade e crescimento num eventual novo mandato. Mesmo assim, Genro insistiu que esta é uma decisão que ainda depende de uma manifestação do presidente de que concorda disputar, novamente, a vaga. O chefe da Secretaria de Relações Institucionais evitou aprofundar-se em questões relacionadas à atuação do ex-deputado José Dirceu (PT-SP) nas articulações da sigla para as eleições deste ano.

Atualmente, começa a crescer a suspeita de que Dirceu atuaria como um articulador informal da campanha de Lula. "Nós não vemos isso. Isso não é uma preocupação do governo, é uma questão que deve ser tratada na relação dele (Dirceu) com o partido." Genro negou-se, no entanto, a responder a outras perguntas sobre o assunto.

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