Genoino está tendo um azar terrível, diz Chinaglia

O ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rosseto, e o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), defenderam hoje, ao chegarem à reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, ampla reestruturação da Executiva do partido.

"Essa seria uma medida importante, que atenderia desejos de parte da base do partido. Há o esgotamento político da atual direção", afirmou o ministro, ressalvando que não fazia nenhum prejulgamento do atual presidente da legenda, Jose Genoino. "Se trata da defesa do partido", insistiu.

Para o deputado Arlindo Chinaglia, a Executiva tem de ser "muito mudada", principalmente porque após as denúncias de envolvimento do PT com o empresário Marcos Valério, suspeito de ser o operador do mensalão na Câmara, e de denúncias sobre os recursos não-declarados para financiamento de campanhas eleitorais, os danos ao partido são "muito sérios no curto prazo".

Chinaglia não quis sugerir a saída de Genoino, pois disse que pretendia conversar antes com ele. Mas ressalvou: "por mais que doa, é preciso lateralizar a amizade. É preciso ter frieza política porque necessitamos da defesa do partido." O deputado acrescentou que "Genoino está tendo um azar terrível" por ter dito que não assinara contratos de empréstimos com o banco BMG para o PT, no qual Marcos Valério era avalista. "Na medida que diz ‘não assinei’ e aparece a assinatura, fica muito ruim", observou o líder do governo na Câmara. Ele acrescentou que a prisão do assessor do irmão de Genoino tem um peso importante nas discussões do Diretório. "É mais uma dificuldade" disse.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que chegou por volta do meio-dia ao encontro do Diretório Nacional do partido, disse que participaria do encontro para aprofundar o debate de defesa do PT. Diante da insistência dos jornalistas se num eventual afastamen to de Genoino ele poderia presidir o PT, Suplicy admitiu que, "neste caso sim, poderia".

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