General Motors vende braço financeiro por US$ 14 bilhões

A General Motors vendeu hoje, por US$ 14 bilhões, 51% do seu braço financeiro, a General Motors Acceptance Corp. (GMAC) a um grupo investidor liderado pela empresa Cerberus Capital Managment, do qual fazem parte o Citigroup e Aozora Bank, do Japão.

A montadora, que passa por sua pior crise nos Estados Unidos, vai receber inicialmente US$ 7,4 bilhões e o restante entrará no caixa da empresa nos próximos três anos. "Todo o dinheiro será investido nas operações automotivas nos EUA", disse ao Grupo Estado o diretor global de comunicação para assuntos financeiros da GM americana, Jerry Dubrowcki.

"Também estaremos atentos a novas oportunidades em outras regiões", acrescentou o executivo, para quem a venda de controle "representa uma poderosa parceria."

A montadora continua com os 49% restante das ações da GMAC, que no ano passado obteve lucro líquido de US$ 2,4 bilhões. A companhia como um todo teve prejuízo de US$ 10,6 bilhões, perda creditada principalmente à queda de vendas no mercado americano, onde a marca enfrenta acirrada concorrência das montadoras asiáticas, principalmente da Toyota, que ameaça o reinado da GM no topo do ranking mundial da indústria automobilística.

Com a crise, a GM tem tido dificuldades em atrair investimentos. De acordo com Dubrowcki, o consórcio que adquiriu o controle do banco, ao contrário, tem condições de captar recursos no mercado em melhores condições. Com isso, poderá oferecer taxas mais baixas para o financiamento de veículos aos consumidores. Segundo ele, 50% das vendas da marca no mercado americano são financiadas pelo banco.

Dubrowcki reforçou que, no mundo todo, inclusive no Brasil, não haverá nenhuma alteração para o consumidor que adquiriu um automóvel com financiamento pelo banco da montadora. "Nada vai mudar, nem mesmo o nome da empresa no contrato", afirmou.

A venda da maior parte da GMAC, que fornece financiamento para a compra de veículos e hipotecas para a aquisição de casas e imóveis comerciais, era negociada há vários meses devido aos crescentes problemas econômicos da gigante automobilística.

Liquidez

A crise da Delphi – seu principal fornecedor de autopeças e que se encontra em moratória desde o ano passado – também aumentou a necessidade da GM de melhorar sua liquidez. A possibilidade de uma greve na antiga subsidiária poderia afetar suas linhas de produção.

O presidente da General Motors, Rick Wagoner, disse por meio de um comunicado que o acordo proporciona uma significativa liquidez para apoiar seu plano de "reestruturação na América do Norte, financiar as futuras iniciativas de crescimento da GM, fortalecer a folha de resultados e outras prioridades corporativas."

A venda de 51% das ações da GMAC foi aprovada no domingo em uma sessão especial do conselho de administração da empresa.

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