Gaúchos comemoram ”imortalidade” de Moacyr Scliar

A notícia da eleição do gaúcho Moacyr Scliar para ocupar a cadeira número 31 da Academia Brasileira de Letras, hoje à tarde, no Rio de Janeiro, foi comemorada no Rio Grande do Sul. .As principais emissoras de rádio do estado estiveram ao lado do escritor no Rio, na casa do presidente da Academia, Alberto Costa e Silva, enquanto os 36 acadêmicos votavam nos três candidatos a ocupar a cadeira deixada pelo mineiro Geraldo França de Lima, falecido no mês passado. Scliar foi eleito quase que por unanimidade, com 35 votos.

Concorrendo contra o paranaense Paulo Hirano e o pernambucano radicado no Rio há seis décadas, Diógenes de Magalhães, os gaúchos temiam que a derrotas sofrida pelo poeta Mário Quintana, por duas vezes pudesse se repetir.

Logo após o anúncio do resultado da eleição, perguntado como se sentia o novo imortal, Scliar preferiu relembrar, em tom de brincadeira, uma frase de cineasta Woody Allen. “O que adianta ser imortal depois de morto”. Mas não a escondia a emoção. “Já vivi muitas emoções na minha vida, como médico e escritor, mas essa vai para a galeria dos 10 mais”.

Médico sanitarista, professor na faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) na cadeira de Medicina Preventiva, onde formou-se em 1992, ocasião em que escreveu o primeiro livro, “Histórias de Médicos” Moacyr Scliar escreveu 67 obras, entre romances, ensaios, contos e crônicas. “A Mulher que Escreveu a Bíblia”, “O Exército de um Homem Só”, “Os Voluntários”, “Max e os Felinos”, “O Centauro no Jardim”, estão entre os mais vendidos. Muitos de seus livros já foram traduzidos para o inglês, francês, alemão, hebraico e sueco. Entre os prêmios mais importantes recebeu o “Jaboti “, da Câmara Brasileira do Livro, o
“Casa de las Américas”, de Cuba e o da Associação Paulista de Artes.

Na última terça-feira, o escritor participou em Porto Alegre do lançamento do projeto do filme “O Exército de um Homem Só”, baseado em sua obra, de 1973, que será dirigido por Ricardo Zimmer e Fábio Barreto e estrelado por Luciano Szafir.

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