Furlan prepara champanhe para comemorar queda do risco país

Brasília – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, vai estourar outra champanhe francesa Cristal para comemorar mais uma vez a queda do Risco Brasil. Ele espera que a "barreira dos 300 pontos" seja quebrada ainda em dezembro. "Isso era inimaginável por vocês mas por mim, não. Tenho uma champanhe Cristal geladinha lá em casa me esperando", confessou hoje (8) a jornalistas convidados para um café da manhã no ministério. Hoje, a taxa estava em 317 pontos.

Para não estragar as comemorações, Furlan disse que desta vez decidiu não entregar a garrafa de champanhe para o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, guardar. "Da outra vez, ele tomou escondido e não falou. Aí, quando eu falei ‘vamos comemorar’, ele fez aquela cara de bispo que ele faz", contou em tom descontraído. Ao ser questionado como é a "cara de bispo" do ministro, Furlan explicou aos risos e empostando a voz para imitar o colega: "O Palocci é uma pessoa muita serena então ele faz aquela cara de bispo e diz: meus irmãããos, a champagne eu já tomei."

Em junho de 2003, Furlan havia desembolsado 100 euros para comprar uma garrafa de Cristal. Entregou a garrafa a Palocci, e eles combinaram que a abririam quando o risco país caísse abaixo dos 400 pontos. A marca só foi atingida de forma consistente no final do ano passado. Quando Furlan procurou Palocci para tomarem juntos a champanhe, foi informado que a garrafa já havia sido esvaziada.

Para não deixar o colega mal, Furlan divulgou a versão que Palocci havia se equivocado ao dizer que havia tomado o champanhe e que, procurando melhor, havia encontrado a bebida em casa. A comemoração dos 400 pontos foi feita na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nessa época também o ministro do Desenvolvimento afirmou que pretendia ver o risco país despencar para 300 pontos em dezembro deste ano, e para 200 pontos no final de 2006. Furlan disse ainda que teria que providenciar outra garrafa de champanhe Cristal para comemorar os novos recordes.

"A verdade é que eu verifiquei ontem à noite e a garrafa está lá na geladeira", disse, chamando a atenção para o fato de que o preço da champanhe está mais barato em real.

O risco país é um indicador usado pelos investidores internacionais para decidir quais títulos de dívida deve comprar. O número reflete, basicamente, o risco de um investidor tomar um "calote", por isso quanto maior o risco do País, menos atrativo ele se torna. Furlan disse que o Brasil está criando todas as condições para reduzir ainda mais o risco-país. "Daqui a pouco a nossa dívida externa líquida vai ser do tamanho das nossas exportações. Nós vamos nos aproximar a US$ 150 bilhões de exportações nos próximos anos. Então, tudo isso vai dar condição de ter um risco Brasil de menos de 200 pontos."

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