Furlan deve comandar Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Luiz Fernando Furlan, presidente do Conselho de Administração do Grupo Sadia, deve ser o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Convidado no início da semana, pelo próprio presidente eleito, o acionista da Sadia e diretor da Fiesp decidiu aceitar. Outros nomes teriam sido cogitados, como o de Eugênio Staub, da Gradiente. Mas Staub respondeu que preferia conduzir a sucessão na sua empresa.

Com a escolha, o presidente eleito cumpre sua promessa de ter um empresário em seu ministério. Furlan cabe exatamente nos moldes que o ministério exige. Especialista em exportações, tem trânsito pelos fóruns internacionais, entende das regras da OMC e é um defensor das exportações brasileiras há muitos anos. Respeitado pela classe empresarial, é tido como um hábil negociador e grande comunicador.

Terá, no entanto, um sério desafio: até hoje, os que passaram pelo ministério, criado pelo presidente FHC para abrigar Luiz Carlos Mendonça de Barros e um projeto de desenvolvimento nacional, pouco puderam fazer. O ministério não dispõe de armas necessárias, como o poder de decisão quanto às alíquotas de impostos no comércio exterior.

O ex-ministro Alcides Tápias bem que tentou fortalecer o ministério mas acabou batendo de frente com Everardo Maciel. O ministério tampouco tem uma estrutura viável que permita atingir objetivos para o qual foi criado. Furlan é grande defensor da criação de um organismo brasileiro nos moldes da USTR americana, e de uma política industrial que permita a setores com vocação exportadora, um crescimento bem maior que o atual.

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