Fungo de solo alastra-se no Noroeste e traz prejuízos à soja

A proliferação intensa de uma espécie de fungo que existe normalmente no solo está afetando 30 mil hectares plantados com soja em vários municípios da região Noroeste do Estado atendidas pela Cocamar, o que corresponde a 10% da área total.

Segundo especialistas, o fungo ocorre principalmente onde a drenagem do solo é ruim devido a fatores como compactação ou o fato de ser excessivamente argiloso. Nos solos de arenito caiuá, onde a drenagem é melhor, não há registro do problema.

Em Ivatuba, 10% das lavouras foram comprometidas, segundo o gerente da Cocamar, José Claudemir Menegon. Grande parte dos produtores já fez o replantio. Em Maringá, de 2 a 3 mil hectares já foram replantados ou a operação está sendo finalizada – o que corresponde a 7% do total cultivado no município. Em Floresta, ainda não foi concluído o levantamento das áreas afetadas. Os prejuízos ocorreram em menor escala na região de São Jorge do Ivaí e o replantio só será necessário em 1% a 2% do total, segundo técnicos da cooperativa.

O engenheiro agrônomo Evandro César Borghi, da Cocamar/Jussara, explica que o fungo é o mesmo que ajuda na deterioração da palhada. Como o inverno e a primavera foram de clima seco, a palhada permaneceu em grande quantidade no solo. À espera da chuva, muitos produtores plantaram no seco. Com a chegada das chuvas, o fungo de solo começou a se multiplicar justamente no momento em que emergia a soja.

O fungo tem atacado principalmente as lavouras plantadas depois do dia 20 de outubro e onde foram usadas as variedades aparentemente mais suscetíveis: Coodetec 202, BR 133 e Embrapa 48.

O pesquisador da Embrapa Soja, José Tadashi Yorinori, destaca que é necessário fazer um diagnóstico preciso do que tem causado o problema na propriedade, antes de tomar uma decisão sobre o que fazer. Também é preciso esperar o fungo baixar sua atividade, antes de replantar onde a soja foi incorporada ao solo, e escolher as variedades que têm apresentado maior resistência. Outro ponto fundamental é a rotação de culturas, especialmente no verão.

Leia domingo no jornal O Estado do Paraná a reportagem completa sobre o ataque do fungo no Noroeste do estado.

Voltar ao topo