Fundo de pensão Aerus pode vetar oferta da VarigLog

A proposta da VarigLog para comprar a ex-controladora por cerca de US$ 500 milhões corre o risco de ser vetada pelo maior credor privado da Varig, o fundo de pensão Aerus, que tem a receber R$ 2,3 bilhões. Segundo fontes do setor, nem a possibilidade de a ex-subsidiária de logística fazer um aporte de R$ 24 milhões no Aerus sensibilizou o fundo a votar a favor da oferta da VarigLog na assembléia de credores, que será realizada na segunda-feira, dia 10

Se os credores aprovarem a proposta, um novo leilão será realizado na quarta-feira. Mas a VarigLog pode ter um rival nessa disputa, já que um grupo chamado Cinzel Partners, ligado ao ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) Roberto Lima Netto, manifestou interesse na Varig

?O aporte da VarigLog não representa nada. Queremos saber o que vai acontecer com a Varig antiga. O Aerus não quer a falência da Varig, mas não aceita a proposta do jeito que está?, diz uma fonte do Aerus. O fundo de pensão, procurado para se pronunciar sobre a proposta, informou que ?o Aerus está preocupado com a Varig remanescente, como ela vai cumprir com suas obrigações?

A preocupação com a Varig antiga é compartilhada pelas empresas de arrendamento de aviões (leasing). Pelo plano da VarigLog, essa empresa herdaria 5% das ações da Varig resultante da reestruturação e teria receita proveniente de fretamento de aviões e de um centro de treinamento de pilotos. Além disso, reuniria todos os ativos imobiliários da Varig. A dúvida dos credores é se a Varig antiga terá receita suficiente para cobrir o passivo que vai assumir, de R$ 7,9 bilhões

Como alternativa de capitalização, a VarigLog ofereceu ao Aerus R$ 24 milhões para recomprar a participação de 5% na própria ex-subsidiária, que foi dada como garantia ao fundo em 2003. Naquela época, quando a dívida com o Aerus foi repactuada, além das ações, a Varig também ofereceu como garantia o dinheiro que tem direito a receber com ações judiciais de ressarcimento por causa de perdas com o congelamento de tarifas entre os anos 80 e 90, em torno de R$ 4,5 bilhões

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