Funcionários da Varig Engenharia e Manutenção (VEM) realizaram hoje (15) paralisações no Rio e em Porto Alegre para protestar contra o não pagamento de um reajuste de 5,8% relativo à convenção coletiva de trabalho de 2004. A informação é da presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino. Segundo ela, o nível de adesão foi superior a 50%. O presidente da VEM, Evandro Oliveira, porém, diz que a empresa funcionou normalmente e que houve "movimentação de funcionários ouvindo sindicalistas na porta da área industrial", mas por pouco tempo.
Oliveira afirma que a VEM decidiu pagar um reajuste de 12,15% a partir de janeiro. Segundo ele, o porcentual é referente à recomposição da inflação e foi calculado com base nos reajustes de 5,8% de 2004 e 6% de dezembro de 2005. O que ficou faltando é pagar o aumento de 5,8% sobre o salário referente ao período de cerca de um ano, já que em 2004 o acordo não foi reconhecido pela Varig. A sindicalista diz que a VEM propôs pagar em um ano, a partir de agosto, o que não foi aceito.
Selma diz que os funcionários chegaram à empresa e "cruzaram os braços" espontaneamente. Uma reunião deve acontecer sexta-feira. Outra reclamação é o salário depositado em três parcelas. "O argumento da VEM para pagar o salário em três vezes é que têm dívida da Varig para receber. A TAP que busque dinheiro e pague" afirma Selma. Ela se referia à nova controladora da VEM, a estatal portuguesa TAP, que em novembro pagou US$ 24 milhões pela VEM por meio da subsidiária brasileira Aero-LB. "Estranhei a posição do sindicato, pois estávamos em processo de negociação", diz Oliveira.