Funcionários da Unicamp retomam greve na segunda-feira

São Paulo, 23 (AE) – Os funcionários da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) decidiram hoje, em assembléia, retomar a greve segunda-feira, por tempo indeterminado. Eles haviam suspendido a paralisação no início deste mês, mas votaram pela retomada de movimento por falta de acordo na negociação salarial entre o Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e o Fórum das Seis, que representa os sindicatos das três universidades.

Fórum e Cruesp se reuniram na noite de quarta-feira, mas nenhuma das propostas apresentadas foi aceita. “Encerramos a greve com a perspectiva de que as negociações avançariam, mas isso não ocorreu, mesmo o Fórum tendo proposto um índice de reajuste bem menor do que o que reivindicávamos no início da paralisação”, disse o coordenador jurídico do Sindicato de Trabalhadores da Unicamp (STU), Antônio Alves Neto.

O coordenador lembrou que apenas os funcionários da Unicamp haviam retornado ao trabalho, sendo que os professores insistiram na greve, assim como professores e funcionários da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp). “Vamos retomar a greve também para fortalecer o movimento”, alegou.

Na quarta-feira, os reitores ofereceram 2% de reajuste sobre a data-base de maio, como antecipação de uma fórmula calculada a partir do excedente da arrecadação estadual prevista para este ano. O resíduo da fórmula seria aplicado em outubro e janeiro.

A presidente da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp), Maria Aparecida Afonso Moysés, estimou o residual em cerca de 2%, a ser aplicado em janeiro, já que o índice referente a outubro seria antecipado para maio. Segundo ela, o Fórum propôs 2% de reajuste na data-base e mais 2% em junho.

Com a porcentagem aplicada uma sobre a outra, o índice ficaria próximo ao da inflação calculado pela Fipe, nos últimos 12 meses até a data-base, de 4,18%, disse Maria Aparecida. Caso houvesse um resíduo da fórmula, ele seria repassado em janeiro, explicou Alves Neto. Os reitores recusaram. “A fórmula que eles apresentaram não chega à inflação”, alegou.

Segundo o coordenador, o Fórum baixou o índice de reajuste de 16%, reivindicado no início da greve, para 9,41% e, na reunião de quarta-feira, para os 4,18%. “Temos buscado uma negociação”, alegou. A alegação dos reitores é que as universidade não dispõem de recursos para reajustar os salários.

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