FSM funcionará totalmente em software livre, diz coordenação

"O conhecimento rende mais quando é compartilhado. A idéia da privatização do conhecimento nas mãos de poucos grupos acaba por travar o desenvolvimento da humanidade", afirma Luciano Brunet, da Coordenação de Tecnologia da Informação (TI) do 5º Fórum Social Mundial. Segundo ele, toda tecnologia instalada no território do Fórum funcionará em programas de computador de código aberto, o chamado software livre. "No total, são aproximadamente 700 computadores funcionando com esses tipos de programa", afirma.

De acordo com o integrante da Central de Movimento Populares, Everton Rodrigues, o movimento a favor do software livre participa dos debates desde a primeira edição do Fórum. "A partir do segundo Fórum Social Mundial em 2002, começamos a achar que precisávamos praticar aquilo que estávamos dizendo". Segundo Everton, as inscrições, por exemplo, sempre foram feitas com sistemas desenvolvidos com tecnologia livre. Neste ano, o site do FSM foi migrado para software livre. Atividades auto-gestionadas, ou seja, organizadas pelas entidades participantes, foram todas inscritas por meio de programas com essa tecnologia.

A infra-estrutura para 2005 terá um centro de acesso para a imprensa com aproximadamente 180 computadores, todos com software livre. Além disso, serão disponibilizados 30 "cybercafés" com cinco micros de acesso livre e 11 centros de atendimento com computadores, todos com acesso à internet. "Na nossa conta, o Fórum vai propiciar mais de mil pontos de acesso à internet na sua estrutura", afirma Brunet.

No Acampamento Intercontinental da Juventude (AIJ), o Laboratório de Conhecimento Livre disponibilizará outros 60 computadores conectados à internet, também em programas de código aberto, onde integrantes do projeto Estúdio Livre darão oficinas.

As discussões e as atividades sobre o uso de software livre no Fórum Social Mundial serão realizadas no Pólo Temático 10: "Pensamento próprio, reapropriação e socialização dos saberes, conhecimentos e tecnologias". Um dos destaques do painel "Revolução Digital" é a participação do sociólogo espanhol e economista da tecnologia da informação Manuel Castells.

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