Fogo destrói 300 barracos e mata carroceiro em favela de SP

Uma pessoa morreu carbonizada no incêndio que destruiu nesta madrugada 300 barracos na Favela Paraguai, na Vila Prudente, na zona leste de São Paulo. Cerca de 1.200 pessoas ficaram desabrigadas. O incêndio começou por volta de 1h30, enquanto chovia. A suspeita dos moradores é de que uma das vizinhas tenha saído e deixado as crianças com uma vela acesa.

A Defesa Civil esteve no local para cadastrar as famílias desabrigadas. A prefeita Marta Suplicy chegou por volta das 11h e conversou com os moradores. Ela lamentou a falta de verbas. “Não posso fazer milagre. A Prefeitura não tem recursos para reconstruir as casas. Isto é uma responsabilidade do governo estadual e da CDHU.”

A vítima fatal foi identificada por vizinhos apenas como Manoel. Conhecido por “Tiozinho”, com 50 anos, ele era carroceiro e morava sozinho. “As pessoas gritavam e corriam, mas ninguém sabia de onde o fogo estava vindo. Não deu tempo de salvar nada”, contou o servente José Pereira da Silva Filho. Hoje pela manhã ele carregava o que sobrou do fogão.

Apesar de a Prefeitura cadastrar as famílias, oferecer alojamento e três refeições diárias, o desempregado Pedro Eduardo Rodrigues disse que não sairia do local. “A prefeita quer dar R$ 1 mil para cada família, mas isso não dá nem para comprar a madeira para refazer o meu barraco. Vou ficar aqui; vou limpar um pedaço e colocar uma lona para minha família ficar.”

Parceria

A prefeita disse ainda que espera que o governador Geraldo Alckmin faça uma parceria com a Prefeitura para reurbanizar as favelas de São Paulo. Segundo ela, este ano, o governo federal investiu R$ 1,3 bilhão na reurbanização de favelas em todo o País. São Paulo tem 50% da verba, segundo o IBGE, mas não recebeu nada. “A Prefeitura tem terrenos, mas não tem verba para a habitação”, disse Marta.

A prefeita comentou, durante a visita, que a alegação do secretário de Finanças, João Sayad, de que a população de São Paulo paga pouco imposto, foi uma verdade colocada de forma infeliz. “A arrecadação não condiz com a realidade. De cada R$ 10,00 arrecadados, só R$ 0,98 ficam na cidade.”

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