O grupo de Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) manteve, nos últimos três anos, intensa atuação no centro histórico de Curitiba. Cinco hotéis de alta rotatividade, usados para a prostituição e tráfico de drogas foram fechados e apenas um deles conseguiu reabrir as portas. O relato foi feito ao governador Roberto Requião pelo comandante da Polícia Militar do Paraná, coronel Nemésio Xavier de França Filho, durante a reunião da Operação Mãos Limpas desta segunda-feira (17). ?Precisamos acirrar a fiscalização desses locais, não permitindo que reabram para promover o crime?, disse o governador Roberto Requião.
Uma das maiores dificuldades para fechar o comércio que é flagrado envolvido com atividades criminosas é a legislação atual. Para tentar reverter a situação, o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, apresentou, em 2003, à Câmara dos Vereadores, projeto de lei para tornar mais rápida a cassação do alvará de funcionamento de estabelecimentos comerciais envolvidos com atividades criminosas.
?A polícia está fazendo a sua parte com a ajuda dos órgãos municipais e estaduais. Entretanto, os donos dos estabelecimentos são beneficiados pela lei, o que prejudica uma ação mais ágil de combate ao crime. Com a aprovação desse projeto estaremos dando um grande passo para pôr fim a este tipo de comércio, que só esconde e favorece a ação dos criminosos?, explicou Delazari. O projeto já foi avaliado e aprovado por todas as comissões da Câmara e agora aguarda a votação em plenário.
Aifu ? O coronel Nemésio Xavier repassou ao governador que as operações da Aifu são deflagradas semanalmente e visitam bares, hotéis e restaurantes do centro e bairros da capital. ?O objetivo não é fechar esses locais, mas sim adequá-los à lei, fazendo com que não promovam mais a prostituição e o tráfico de drogas. Porém, quase toda a vez que a Aifu retorna a estes locais, encontra irregularidades e precisa fechá-los?, relatou o coordenador da Aifu, Benedito Facini.
Desde que a Aifu começou a atuar em Curitiba, em 2003, já foram feitas 3.703 fiscalizações em estabelecimentos comerciais. Destes, 1.119 foram fechados por estarem trabalhando em desacordo com a lei. A polícia prendeu nestas operações 441 pessoas por delitos que vão de tráfico de drogas e porte de arma a desobediências e delitos de trânsito. Também foram apreendidas 32 armas e 205 máquinas de caça-níquel.