FHC ataca PT na abertura de encontro de prefeitos tucanos

"Mesmo com a foz em falsete, é bom que eles entoem o nosso canto: o canto da seriedade. Eles só não aprenderam a cantar o canto da humildade". Ao lembrar que os petistas, antes, o qualificam de vaidoso, Fernando Henrique exclamou: "Meu Deus, eu vejo hoje tanta palavra vazia dita com pompa." Bem-humorado, o ex-presidente pediu aos tucanos que mantenham o partido unido e enfrentem os petistas. "Vocês imitem o governo atual no que ele tem de bom, mas não o imitem fingindo que é de vocês o que é dos outros. Aí, fica ridículo. Eles são um, nós somos vários."

Ao lado do prefeito eleito José Serra e do governador Geraldo Alckmin, Fernando Henrique afirmou que o candidato do PSDB vai ganhar as eleições presidenciais de 2006. "Não temos de nos assustar com propaganda, muito gasto, empáfia nem máquina. As alianças deles também parecem que não vão tão bem assim", afirmou o ex-presidente, provocando risos na platéia. Ele ironizou o título de "imbatível" que o dirigente de um instituto de pesquisa atribuiu a Lula. Afirmou que, na eleição de 1994, tinha 6% nas pesquisas e, no final, ganhou de Lula.

"Não preciso contar duas vezes a história já sabida. Por que não, agora, uma terceira pessoa que não eu? Seria isso ofensivo? Será que essas palavras, ditas em família, vão provocar tremeliques no Planalto?" Ele repetiu várias vezes sobre o PSDB uma frase que costumava dizer sobre seu governo: "Temos rumo e vamos ajustá-lo. Não pensamos que só nós vamos ganhar a eleição, não temos o rei na barriga."

Fernando Henrique criticou a ocupação de cargos públicos por militantes do PT. "Está havendo uma ocupação de funções públicas por pessoas que não têm outro atributo a não ser o de serem militantes do partido. O critério da competência está sendo substituído pelo companheirismo e pelo coleguismo." Fernando Henrique contestou a decisão da CPI do Banestado, que pediu a responsabilização do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, por ele nomeado, pela evasão de divisas para o Exterior. "Foi feita uma infâmia, uma CPI politicamente manipulada para acusar um homem probo como Gustavo Franco", afirmou.

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