Fenômeno La Niña é responsável pelas pancadas de chuva

Pode não parecer, mas estamos sob efeito do fenômeno La Niña. Ao contrário do El Niño, fenômeno no qual as águas do Oceano Pacífico Equatorial sofrem um aquecimento anormal – o La Niña caracteriza-se pelo resfriamento das águas, abaixo da temperatura média anual, de 23 graus. O fenômeno pode durar até um ano e meio.

Os dois fenômenos provocam mudanças climáticas, mas este ano, com o El Nina, as modificações no clima não estão sendo sentidas no Brasil. "Este não será o ano do El Niño e sim do La Niña, embora bastante fraco e que nos próximos meses já deve se desconfigurar", informou o especialista no assunto, o meteorologista Gilvan Sampaio, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Os meteorologistas do Inpe estudam os fenômenos e mantém, na internet, uma página para que a população entenda o assunto. O fenômeno La Niña, é o resfriamento das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental.

De modo geral, com a ocorrência do oposto ao El Niño – quando as temperaturas habituais da água do mar ficam em torno de 25ºC – as temperaturas diminuem para cerca de 22ºC. As águas mais frias estendem-se por uma estreita faixa, com largura de cerca de 10 graus de latitude ao longo do Equador, desde a costa Peruana, até aproximadamente 180 graus de longitude no Pacífico Central.

Segundo o meteorologista, os efeitos do La Niña no Brasil são temperaturas mais amenas no Sudeste, passagens rápidas de frentes frias sobre a região sul e chuvas acima da média no norte da região Nordeste. "Quem pensa que o fenômeno provoca mais chuva em São Paulo está enganado. O La Niña muda a forma da chuva, com mais pancadas, mais temporais, mas não a quantidade de chuva", explicou o meteorologista. "Não estamos percebendo as conseqüências do La Niña porque o fenômeno está bem fraco".

Segundo Sampaio os fenômenos não se alternam, "não ocorrem de três em três anos, como pensam" e também não tem ciclos definidos seguidos. Nos últimos 15 anos, foram apenas três ocasiões em que o La Niña foi sucedido pelo El Niño.

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