Fé ou política?

A Igreja Universal do Reino de Deus está organizando um partido político, cujo nome provisório é Partido Municipalista Renovador (PMR). Segundo as primeiras informações veiculadas pela imprensa do centro do País, cerca de 400 mil assinaturas foram colhidas no requerimento de fundação do novo bloco partidário, protocolado desde o ano passado no Tribunal Regional Eleitoral dos estados de São Paulo e Roraima.

As assinaturas foram obtidas dos membros da referida denominação, à porta dos templos, na saída dos cultos. O coordenador do projeto de criação do partido político atrelado à Igreja Universal é o "bispo" Vitor Paulo Araújo dos Santos, provavelmente o mais cotado para ser presidente do diretório nacional.

O escoadouro político da Universal, até então, vinha sendo o Partido Liberal, que em 2002 elegeu 26 deputados federais, a maioria de bispos e pastores, integrantes da aguerrida bancada evangélica. O presidente desse partido, deputado Valdemar Costa Neto (SP), lembra que a legenda expandiu-se com a eleição de Lula, relacionando hoje 46 deputados.

Costa Neto afirmou que a decisão da igreja viria mais cedo ou mais tarde, e que o PL terá de encarar a debandada dos evangélicos como um fato natural, posto que o enfraquecimento do partido fica notório.

De sua parte, a Igreja Universal do Reino de Deus também terá sérios problemas quanto à autenticidade de sua atuação junto à massa, dada a superposição de elementos antagônicos. Afinal, qual será a definição programática da igreja: defender a fé ou a política?

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