Faturamento da indústria paranaense cai 11,33% em abril

O faturamento da indústria paranaense caiu 11,33% em abril, na comparação com março passado. A retração ocorreu em todos os destinos de vendas, com queda maior nas exportações, que ficaram 19,72% menores no mês. As vendas para outros Estados caíram 15,53% e dentro do Paraná a redução foi de 2,7%. Com isso, o resultado das vendas industriais no primeiro quadrimestre do ano apresenta um crescimento de 1,16% em relação ao mesmo período de 2005. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (05) pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). ?O desempenho de abril contraria a tendência para esta época o ano, que normalmente mantém ou amplia a expansão que começa em março?, informa o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.

Neste ano, as vendas industriais de março registraram aumento de 16,8% sobre fevereiro, mas o desempenho não se sustentou. ?A indústria sofre com os problemas conjunturais da economia, como juro alto e câmbio sobrevalorizado?, lembra Rocha Loures. Segundo ele, só quando acontecerem as reformas que o setor reivindica haverá ambiente favorável para um crescimento sustentado. De acordo com os economistas da Federação, o resultado em abril só não foi pior porque grande parte das empresas vêm realizando investimentos no lançamento de novos produtos, novas embalagens e novos processos e adotando novas técnicas de marketing para conquistar mercados.

Em abril, dos 18 gêneros pesquisados apenas quatro apresentaram crescimento: ?Editorial e Gráfica? (17,75%); ?Perfumarias, Sabões e Velas? (3,66%); ?Metalúrgica? (3,65%) e ?Química? (0,85%). Nos dois primeiros casos, o crescimento foi sazonal em decorrência do aumento das vendas de material didático por conta da volta às aulas e devido ao Dia das Mães. Já o setor metalúrgico cresceu devido a vendas para outros estados e a indústria química as vendas foram impulsionadas pelo início da safra de cana-de-açúcar.  

Dois dos três gêneros de maior participação relativa na economia do estado também tiveram desempenho negativo em abril: ?Produtos Alimentares? (com peso relativo de 34,03%), teve queda nas vendas de 17,75%; e ?Material de Transporte? (com peso de 19,83%) caiu 7,20%. Apenas o gênero ?Química? (com peso de 15,96%), terceiro com maior participação relativa no estado, teve desempenho positivo.

Os gêneros industriais que apresentaram maiores quedas foram ?Material Elétrico e de Comunicações? (-35,08%), em função da dificuldade na manutenção de contratos de venda devido à redução da expansão dos serviços de telecomunicações; ?Têxtil? (-25,46%) ? pelas dificuldades nas exportações derivados do câmbio, reestruturação de algumas empresas do setor e redução da demanda interna; e ?Madeira? (-20,65%) ? também devido a dificuldades de exportar em função do câmbio.

Compras

As compras de insumos por parte das indústrias recuaram 9,93% em abril em comparação a março. Quinze dos dezoito gêneros industriais pesquisados reduziram suas compras no mês. Apenas as compras realizadas dentro do Estado apresentaram aumento (4,93%). As demais origens apresentaram reduções: de outros Estados da Federação (-17,01%) e do Exterior (-22,83%). Comparando os primeiros quatro meses de 2006 com o mesmo período de 2005, houve aumento real das compras da ordem de 0,98%.

Os gêneros que apresentaram maiores decréscimos na aquisição de insumos foram ?Química? (-32,88%), por conta de compras estratégicas de combustíveis realizadas em março (base de comparação elevada, de conseguinte); ?Editorial e Gráfica? (-25,42%), devido a importações estratégicas em março; e ?Mobiliário? (-25,37%) ? pela redução de  demanda.

O nível de emprego industrial, que nesta época do ano também apresenta crescimento significativo, expandiu-se com menor intensidade: apenas 1,59% contra março (nesta mesma comparação a expansão em 2005 foi de 2,69% e em 2004 3,59%).  No quadrimestre, o nível de emprego está 4,80% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.

No mês, os setores industriais que mais contrataram foram: ?Química? (6,88% ? contratação sazonal das usinas de álcool); de ?Vestuário, Calçados e Artefatos de Tecidos? (4,65% – aumento de pedidos e previsão de aquecimento de vendas); e de ?Mecânica? (4,65% – aumento de produção para o mercado interno). Em março, a utilização da capacidade instalada da indústria manteve-se no mesmo patamar de 75% e as e as horas trabalhadas caíram 4,99% devido à redução de dias úteis registrados em abril.

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