Uma ?falha de sistema? fez com que a diretoria de Inteligência Policial do Departamento de Polícia Federal distribuísse em 10 de maio parte das gravações feitas nas investigações que provocaram a Operação Navalha a todos os advogados de defesa dos 29 acusados de pertencerem à máfia dos jogos no Rio, desbaratada pela Operação Hurricane (Furacão).
As informações foram passadas em HDs (discos rígidos de computador) que continham 5 mil horas de gravações das investigações da Operação Hurricane, mas também trechos das gravações feitas na Operação Navalha. Os HDs começaram a ser recolhidos pela juíza da 6ª Vara Federal Criminal do Rio, Ana Paula Vieira de Carvalho, a partir de 15 de maio, sob alegação de que seriam atualizados com novos trechos de gravações da Hurricane.
A falha de sistema só foi comunicada oficialmente à juíza pelo ofício 252/2007 da Divisão de Contra-Inteligência da PF, assinado pelo delegado Emanuel Henrique Balduíno de Oliveira, em 18 de maio – um dia depois de deflagrada a Operação Navalha. A esta altura nem todos os HDs haviam sido devolvidos. Foi preciso que ela expedisse mandados de intimação para que pelo menos quatro advogados entregassem os discos rígidos com trechos de gravações do inquérito referente à Operação Navalha, que corre em segredo de Justiça no Superior Tribunal de Justiça.