Utilizando documentos do Ibama, Instituto Ambiental do Paraná e Incra, além de imagens de satélite de áreas ocupadas por integrantes do Movimento dos Sem Terra, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná, em encartes especiais de seu boletim informativo de 22 a 28 de Novembro de 2004, acusa o MST e os citados órgãos governamentais de crimes contra a flora e a fauna.

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Segundo a FAEP, os crimes aconteceram na Fazenda Rio das Cobras, de propriedade da Araupel S.A., ocupada pelo MST em 17 de abril de 1996. A área que abrange os municípios de Rio Bonito do Iguaçu, Nova Laranjeiras, espigão Alto e Quedas do Iguaçu, com um total de 87.167,51 hectares, era onde se encontrava a maior floresta nativa do estado do Paraná.

O resultado desta ocupação do MST foi a redução dramática da área de preservação permanente, causada pela retirada ilegal de madeira e queimadas descontroladas, deixando rios e córregos sem proteção da mata ciliar.

A mata de araucária, que em 1996 representava 51,2% da área total, em 1998 passou a ser de 26,3% e em 2002 representou somente 11,9% da área total. Foram 10.614,19 hectares de matas nativas dizimadas, algo próximo de 1% da cobertura florestal existente no Paraná. Animais como o Queixada (Tayasau pecari) também estão desaparecendo, devido a fragmentação da floresta, que inviabiliza sua sobrevivência.

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Os danos causados também atingem 78 espécies distribuídas em 33 famílias botânicas identificadas através de um levantamento fitossociológico, além de 70 espécies de mamíferos e mais de 300 espécies de aves. O impacto ambiental negativo é incalculável e irrecuperável, tanto pela caça de espécies em extinção, como pela destruição do habitat de espécies representativas da fauna.

A FAEP ainda acusa o Ibama, o Incra e o instituto Ambiental do Paraná de complacência, afirmando que os mesmo são co-responsáveis por todos estes crimes, seja por conivência ou mesmo por omissão.

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