A Força Aérea Brasileira (FAB) faz nesta quinta-feira (24) um treinamento de defesa aérea no interior de Goiás, e caças de cinco países estão participando da operação. A guerra é simulada, mas as manobras têm todos os elementos de um combate de verdade. A simulação é feita a cada dois anos e reúne mais de 1.700 militares e 90 aviões de guerra de seis países: Argentina, Chile, Uruguai, Venezuela, Brasil e França.
No domingo, dois membros da Força Aérea Peruana que participariam do treinamento morreram quando o caça A-37 que ocupavam sofreu um acidente no aeroporto de Porto Velho, informaram fontes oficiais. O avião militar bateu inicialmente contra um muro que separa o aeroporto de uma zona de floresta, na cabeceira da pista, e após derrubar parte do paredão se arrastou por vários metros até o lugar onde explodiu. O aparelho militar tinha feito uma escala técnica em Porto Velho e ia para Anápolis, em Goiás.
A cada minuto um caça decola, os aviões ultrapassam a barreira do som e os pilotos treinam ataques ao inimigo. Os caças são reabastecidos no ar para não interromper a missão. É como se fosse uma guerra de verdade, mas sem baixa para nenhum dos lados. "O real aqui são só os aviões voando. Armamento nenhum é utilizado – míssil, canhão, bomba", explicou o piloto da FAB, Frederico Moretti.
O sistema de comunicação registra no ar as manobras realizadas pelos pilotos que, se fossem de verdade, poderiam derrubar o avião inimigo. "No retorno, os dados são recuperados das caixas pretas de cada avião, são colocadas em computadores e, a partir daí, nós conseguimos analisar se os objetivos foram atingidos, se o alvo foi destruído, ou se determinado inimigo teria sido abatido", comentou o piloto.
Para deixar o treinamento mais próximo do real, três Estados brasileiros viraram países imaginários. De Mato Grosso do Sul parte o ataque inimigo, de Goiás decolam os aviões da força de coalizão, que tentam impedir a conquista de Minas Gerais. Um piloto da Venezuela falou que todos irão ganhar nessa guerra de mentira, afinal essa oportunidade de treinamento entre os países da América do Sul já é uma vitória.
Os caças são os americanos F5, usados pelo Brasil, e o Mirage 2000, utilizados pela França e pela Venezuela. O Brasil também comprou esse modelo de Mirage da França, mas o aparelho só deverá chegar no mês que vem. As informações são da TV Globo.