FAB admite que controlador pode ter errado no caso Gol

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, admitiu hoje pela primeira vez que "pode ter havido um erro" em uma informação de um controlador de vôo que estava encerrando seu turno de serviço, em Brasília, antes do choque do jato Legacy com o Boeing da Gol em que morreram 154 pessoas no dia 29 de setembro. O Legacy partira de São José dos Campos para Manaus via Brasília.

Segundo Bueno, o controlador que deixava o turno passou para seu substituto "uma informação falsa que pensava ser verdadeira", pois disse que o Legacy estava no nível 360, quando, na verdade, depois se verificou que estava no nível 370. "Acho que houve uma indução de que o avião estava no nível 370, que (o operador) passou dessa forma. Ele (o novo controlador) não teve sombra de dúvida de que o avião estava no nível 360", relatou o comandante da Aeronáutica em explanação no Senado, em sessão conjunta das Comissões de Infra-Estrutura e de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

O brigadeiro Bueno começou a explanação fazendo a ressalva de que falava de acordo com as informações de que dispõe "até agora" e que "está tudo sob investigação." Sobre o plano de vôo do Legacy, Bueno disse: "Era chegar a Brasília no nível 370: a partir daí, mudar para 360 e, depois, para 380. Só que, quando passou por Brasília, o Legacy deixou de falar, e seu transponder deixou de transmitir.

O comandante da Aeronáutica disse também que, a partir de Brasília, somente um radar primário, que não fornece dados precisos de altitude, dava informações sobre o vôo. E foi com base nos dados desse radar, que o controlador julgava estarem corretos, que repassou informações para o seu substituto no turno de serviço.

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