Extraditado, doleiro pode responder em liberdade

O doleiro Hélio Renato Laniado, que estava preso na Interpol, em Praga, foi extraditado da República Tcheca, na última sexta-feira, a pedido da Polícia Federal. Ele já está na Superintendência Regional da PF de Curitiba, à disposição da Justiça Federal, mas poderá responder em liberdade aos processos que tramitam contra ele no Brasil.

Laniado, que é economista, foi acusado de cometer crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e remessa ilegal de recursos para o exterior, além de fazer operações de câmbio não autorizadas. Ele seria uma espécie de arquivo vivo, capaz de explicar como funciona a lavagem de dinheiro e a evasão ilegal de recursos no País.

Segundo fontes do Ministério Público, Laniado teria operado até para partidos políticos, lavando e enviando para o exterior dinheiro de origem duvidosa, como sobras de campanha e recursos provenientes de negócios ilícitos com empresas públicas. Mas sua principal clientela era constituída por empresas que enviavam ilegalmente recursos para o exterior. Ele tinha boa inserção no mundo das celebridades, tendo namorado a atriz Carolina Ferraz e a modelo Daniela Cicarelli.

De acordo com a Procuradoria da República no Paraná, que investiga a evasão de divisas e lavagem de dinheiro por meio da Força Tarefa CC5, entre abril de 1996 e janeiro de 1998, Laniado movimentou o total de US$ 698.959.980,02 em uma conta do Banestado em Nova York.

As operações foram feitas em nome da empresa offshore Watson Finance S.A., da qual o doleiro era procurador, que tinha sede nas Ilhas Virgens Britânicas. O MP concluiu que a Watson operava como extensão das empresas de Laniado, fazendo câmbio de dólares no mercado negro brasileiro.

Entre os beneficiários de recursos provenientes da conta offshore, conforme laudo pericial anexado pelos procuradores às denúncias, estão o Banco do Estado do Paraná, as empresas Blue Carbo, Tupi Câmbios e Talman Finance Corp., controladas por doleiros, e ainda o doleiro Samuel Semtob Sequerra.

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