Exportações têxteis cresceram 5% neste ano

O ano não foi dos melhores para a indústria têxtil brasileira. As exportações cresceram apenas 5% em 2005, variação bem inferior à registrada no ano anterior. Em 2004, as vendas externas do setor haviam crescido 27% sobre 2003 para US$ 2,1 bilhões. O saldo comercial do setor vai se manter positivo pelo quinto ano consecutivo, mas deve ficar no mesmo nível de 2004, em torno de US$ 600 milhões, segundo informou o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel.

Para 2006, o executivo considera razoável supor que as exportações cresçam novamente no mesmo nível de 2005 (5%). ?A trajetória atual do câmbio não estimula uma ampliação mais forte das vendas externas?, completou.

Quando se observa o comportamento geral do setor, com dados dos mercados interno e externo, os números são ainda mais desanimadores. De janeiro a outubro, a indústria têxtil brasileira registrou uma queda de 2,5% na receita, ante uma alta de 8% em todo 2004. ?Acho difícil que as vendas de novembro e dezembro compensem o recuo observado até o décimo mês do ano?, disse o executivo.

O câmbio é o principal vilão do setor, seguido de perto pela China. Primeiro, o real apreciado dificulta a continuidade do aumento das exportações, sobretudo por parte das empresas de porte menor, que não têm como bancar a perda de margem com as vendas externas.

Ao mesmo tempo, o câmbio estimula as importações. Além da concorrência com os produtos chineses que entram de forma regular no Brasil, cujos preços são mais competitivos, os têxteis brasileiros enfrentam também as importações chinesas subfaturadas ou fraudulentas, cujo combate é uma das principais bandeiras levantadas pela Abit em sua ação junto ao governo.

Um outro fator estrutural que impede uma aceleração mais forte das vendas externas é a falta de acordos comerciais entre o Brasil e os grandes blocos econômicos, como o Nafta (EUA, Canadá e México) e a União Européia. ?A China não tem acordo comercial com esses blocos, mas tem vantagens competitivas que superam a falta de acordos?, afirmou Pimentel.

Embora a expectativa para o aumento das exportações em 2006 não seja de forte aceleração, a Abit acredita que o mercado interno pode dar algum dinamismo para o setor, principalmente se as ações de combate às importações irregulares de produtos chineses forem mais fortes. ?O governo vem tomando algumas medidas. Esperamos que elas aumentem nos próximos meses?, afirmou.

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