São Paulo (AE) – A exportação da tecnologia desenvolvida no Brasil para veículos bicombustíveis (movidos a álcool e a gasolina) ainda tem perspectivas limitadas e depende da estratégia dos outros países em relação ao uso do etanol. Esta é a opinião do presidente da Comissão de Assuntos de Energia e Meio Ambiente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), Henry Joseph Júnior.

continua após a publicidade

Ele lembra que há países interessados, como Tailândia, China e Índia, além de mercados com grande potencial, como o Caribe. "Mas nem todos os países têm se debruçado sobre o uso do etanol; a realidade para exportação da tecnologia é um pouco distante", declarou o especialista, em palestra no "Seminário Proálcool – 30 Anos Depois", promovido hoje (8) pelo Grupo Estado. Segundo ele, o Brasil deve lutar para defender o uso internacional das especificações do etanol brasileiro.

As vendas de veículos bicombustíveis no Brasil superaram a marca de um milhão de unidades em outubro, somando exatamente 1.015.670 veículos de 2003 até agora. "Esse número foi alcançado em tempo relativamente curto", disse. Atualmente, sete montadoras oferecem a novidade em 58 modelos. Os preços de revenda dos carros bicombustível costuma ser maior do que o movido exclusivamente a gasolina.

Joseph lembra que a tecnologia surgiu nos Estados Unidos nos anos 80. No Brasil, ela foi "barateada" por meio de uso de sensores convencionais e do tratamento de componentes. Isso permitiu que a mudança fosse ofertada em carros com preços semelhantes aos tradicionais.

continua após a publicidade

Na visão do dirigente da Anfavea, no futuro os países utilizarão diversas formas alternativas de combustível em relação aos derivados de petróleo. Entre as opções estão o GTL Gas-to-Liquids (combustível sintético do gas) e o BTL (gás proveniente da fermentação da biomassa), além do biodiesel a partir de óleo vegetais.

Segundo ele, a opção do hidrogênio para produzir célula de combustível está sendo muito pesquisada, mas é uma tecnologia cara. Há também pesquisas realizadas especialmente na China para produção de combustível líquido a partir do carvão . "No futuro, haverá uma mistura de todas tecnologias ao mesmo tempo nos países".

continua após a publicidade