Executiva Nacional do PMDB decide não ter candidato à presidência

Brasília – A Executiva Nacional do PMDB decidiu que o partido não deve ter candidato à presidência da república. A decisão foi tomada em reunião realizada hoje (12) na Câmara dos Deputados. No encontro também ficou acertado que, sem candidato à presidência, o partido não realizará a convenção nacional marcada para o final deste mês por uma decisão judicial. O presidente do partido, Michel Temer, considera que não há condições políticas para o lançamento de uma candidatura própria ao Palácio do Planalto.

O PMDB não tem hoje nenhum pré-candidato oficial à presidência da República. O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, abriu mão de sua pré-candidatura em favor do senador gaúcho Pedro Simon, que, por sua vez, também desistiu de concorrer. Pela decisão da Comissão Executiva Nacional de hoje (12), o partido não disputará com candidato próprio à presidencia da republica.

Temer afirmou também que vai recorrer da decisão que obriga a realização da convenção nacional do partido. "O Judiciário não pode estabelecer a data da convenção, em face do princípio da autonomia dos partidos políticos". Apesar da decisão ter sido apoiada por todos os presentes à reunião, ela não é unanimidade no partido.

O deputado Eduardo Cunha (RJ), por exemplo, afirmou que, se o edital que convoca a convenção nacional do PMDB não for publicado até quarta-feira (14), vai à Justiça para garantir o cumprimento da decisão que obriga o partido a realizar o encontro. "Querer que um nome [de pré-candidato do partido à presidência] não seja submetido à convenção é querer afrontar a democracia e os convencionais do PMDB, que não foram representados nesta reunião", afirmou o deputado.

Para o deputado Eunício Oliveira, membro da executiva nacional, "a verticalização não permitiu que o PMDB avançasse na candidatura própria, então tomamos essa decisão para que os estados possam ficar livres para fazer negociações", justificando a posição da executiva do partido para não ter candidatura própria.

A regra da verticalização determinava que os partidos repetissem nas eleições para governador as mesmas alianças da eleição para presidente. Com candidato próprio, o partido não poderia se coligar, nas eleições estaduais, a outros partidos que disputassem a presidência. Na quinta feira (8), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu rever a regra da verticalização e permitir que partidos sem candidatos a presidente se coliguem nos estados com partidos que tenham candidato a presidencia.

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