Exame constata lesão crônica no pé direito de Hypólito

As ressonâncias realizadas no tornozelo direito e nas costas do ginasta Diego Hypolito revelaram, além da existência, respectivamente, de uma entorse e de uma hérnia de disco, algo bem mais preocupante: limitações com que ele precisará conviver até o final da carreira. A falta de flexibilidade no pé direito, por exemplo, revelada pelo ginasta em seu retorno ao Brasil, na terça-feira, é fruto das sucessivas contusões e não da cirurgia realizada no local em abril de 2005.

O atleta iniciou hoje o tratamento na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) para se recuperar de ambas contusões, que não são consideradas graves. Seu médico, Robson de Ben, explicou que o ginasta deverá ser liberado para voltar a treinar em dez dias. Até lá, ficará fazendo fisioterapia, tanto para os pés quanto para a coluna, e exercícios de musculação no tronco e membros superiores.

?Mostrei a ele que os pinos da operação estão colocados acima da articulação. São as contusões antigas do Diego que lhe dão essa sensação de perda de mobilidade no pé direito?, explicou o médico. ?Não tem jeito. Depois dessa recuperação vamos fazer um exame (avaliação isométrica) para medirmos a força que ele tem em cada um dos pés.

Sobre as dores na coluna, Robson explicou que a hérnia não foi detectada antes porque Diego pensou terem sido provocadas por uma espodilolistese (escorregamento de vértebra). Há muito tempo o ginasta passou a conviver com o problema – o mesmo que contribuiu para o ex-tenista André Agassi abandonar as quadras – e sua causa pode ter sido congênita ou traumática.

?As dores na coluna sempre foram provocadas pelo escorregamento da vértebra e estavam controladas. Mas voltaram a aparecer depois que o Diego começou a treinar o novo salto [Hypolito 2]?, contou o médico. ?Só que a causa desta vez foi a hérnia, que é normal em atletas de alto rendimento, por causa do excesso de carga na coluna. São quase 500 quilos cada vez que ele aterrissa no solo, após um salto.

Para evitar que o problema se agrave, o médico de Diego, especialista em fisiatria e medicina esportiva de alto rendimento, afirmou que o ginasta será monitorado periodicamente. Róbson destacou que é importante a espodilolistese, hoje de grau 1, não evoluir para o grau 4, em que uma intervenção cirúrgica seria necessária e poderia terminar com a carreira do atleta.

?Ele vai participar do Pan-Americano do Rio, do Mundial Pré-Olímpico (na Alemanha, em setembro). O Diego é muito disciplinado e tem um grande poder de recuperação?, destacou Robson.

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