Ex-mutuários da Encol finalizam obras

A falência da construtura Encol ? oficialmente decretada em 98, mas cuja agonia vinha desde o começo da década passada ?, deixou milhares de mutuários em situação complicada. Endividados e com seus imóveis inacabados – muitas vezes ainda na planta -, a solução encontrada foi a união jurídica e econômica. Vários grupos de ex-mutuários se formaram no País e um deles, em Curitiba, está conseguindo agora terminar as obras. São moradores de cinco prédios localizados no Ahú, zona norte de Curitiba. Um dos prédios, o Diamond Hills, está em fase de acabamento e deve ser entregue até o fim do ano. “Lutamos muito, mas conseguimos”, comemora Ivaldo Silva, presidente da Associação dos Condôminos.

A história dos mutuários começou em 1995, quando a Encol paralisou as obras. Em 1997, por meio de uma ação cível, os moradores conseguiram desvincular a Encol da construção dos imóveis, tornando-se os proprietários e responsáveis pela fiscalização dos prédios. “Caso contrário, estaríamos ainda atrelados aos interesses do administrador da massa falida”, diz. Para isso, cada morador desembolsou R$18.500,00 mais o saldo devedor da Encol.

Após tornar-se os responsável legal pela obra, o grupo de 68 pessoas passou a buscar financiamento junto à Caixa Econômica Federal (CEF) para terminar o prédio. Os empecilhos levantados pela CEF obrigaram o grupo a contratar construtoras com recursos próprios. O Diamond Hills, que na época já era o prédio mais adiantado, poderia ser concluído em até 12 meses. Mas, segundo Ivaldo, o prazo inviabilizaria o pagamento. “Teríamos prestações muito altas”, explica.

A solução encontrada em parceria com a construtora foi alongar o cronograma. “Eles iriam construindo conforme o dinheiro fosse chegando. Fechamos em 36 vezes”, diz.

Mesmo assim, diversos condôminos não tinham condições de arcar com o valor das prestações e, para não perder o imóvel, a solução foi assumir a mensalidade de um mesmo apartamento com outros dois condôminos que estivessem em situação semelhante.

Dessa forma, enquanto três condôminos se associavam em uma única unidade, as outras duas eram transferidas para a associação de Moradores. “Desse modo todos preservaram seus direitos proporcionalmente aos valores que já tinham pago e a Associação se encarregou de vender as unidades remanescentes”.

Os outros quatro prédios também fizeram o mesmo, registrando esse procedimento em cartório, conseguindo assim retomar e levar adiante as obras. Em dezembro, os moradores terão seus apartamentos e a associação já está vendendo os vagos. “Fizemos ainda algumas melhorias no projeto original”, finaliza Ivaldo.

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