Ex-diretor de Fiscalização do BC depõe na CPI do Banestado

O ex-diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Cláudio Mauch, está depondo nesta segunda-feira (18) na Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI) do Banestado para explicar quais as ações que a instituição tomou na fiscalização das contas CC-5, principalmente nos cinco bancos de Foz do Iguaçu (PR) que receberam autorização especial para receber depósitos acima de R$ 10 mil. Também está previsto para hoje o depoimento de outra ex-diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi.

A fiscalização do BC é acusada de omissão no controle de operações irregulares com contas CC-5, especialmente no Paraná. Em depoimentos anteriores à CPI, representantes do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União, da Polícia Federal e da Receita Federal questionaram a eficiência do trabalho do BC no controle dessas operações, por onde evadiram bilhões de dólares do Brasil. Na época em que as denúncias sobre irregularidades se iniciaram, Mauch eram os responsáveis pela supervisão das instituições financeiras.

Na última semana, o relator da CPI da Assembléia Legislativa do Paraná sobre o mesmo tema, deputado Mário Sérgio Bradock, questionou se haveria interesse de Tereza Grossi e do ex-presidente do BC, Gustavo Franco, na falta de controle das operações efetuadas no Banestado, que geraram prejuízos para a instituição. Por isso, disse Bradock, a CPI do Paraná chegou a pedir a quebra dos sigilos bancários das duas autoridades, que está sendo avaliada por juiz federal no Paraná.

– Existe uma fita em que Tereza Grossi diz que havia se implantado uma quadrilha no Banestado, mas nada foi feito. Eles eram responsáveis por fiscalizar e não o fizeram. Houve no mínimo prevaricação por parte das autoridades do Banco Central – declarou Bradock, que já ouviu as explicações da ex-diretora na CPI paranaense.

Os deputados da CPI vão deliberar na reunião desta segunda-feira (18) o calendário para os próximos depoimentos desta semana. Estão pendentes as audiências da ex-diretora do Banco Araucária Ruth Waterly e do ex-gerente financeiro da filial da empreiteira Mendes Júnior em São Paulo, Simeão Damasceno, que foram adiados na semana passada por falta de tempo em reuniões em que outras testemunhas foram ouvidas.

No próximo sábado, um grupo de cinco ou seis parlamentares da CPI vai aos Estados Unidos, onde manterão reuniões em Nova York e Washington com autoridades daquele país para obter informações sobre investigações e quebras de sigilo de contas bancárias nos EUA, por onde pode ter sido lavado dinheiro originário de atividades criminosas no Brasil.

Voltar ao topo