O governo dos Estados Unidos e a Boeing acusam a Europa de ter dado um apoio equivalente a US$ 100 bilhões à Airbus para que a empresa pudesse se tornar líder mundial. A acusação foi feita hoje em Genebra perante os árbitros que julgam a disputa entre Washington e Bruxelas por causa do apoio ilegal dado pelos governos às suas empresas de aviação. Se confirmado, o valor dos subsídios seria dez vezes maior que toda a produção (PIB) da Bolívia em um ano.

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Tanto os americanos como os europeus se acusam mutuamente de terem dado subsídios acima do permitido às suas companhias para que pudessem ganhar contratos no exterior e desenvolvessem novos jatos. A guerra, que ainda levará meses para ser solucionada, já havia começado nos anos 90, mas os dois governos chegaram a um acordo sobre o patamar máximo que poderia ser adotado no valor dos subsídios.

O problema é que tanto a Europa como os Estados Unidos alegam que o teto estabelecido não foi respeitado. Uma das críticas dos americanos é de que a Europa teria feito empréstimos com juros bem abaixo do mercado, o que seria uma forma de subsídio. Sem esse esquema, os americanos apontam que a Airbus não teria tido as condições de lançar seus novos aparelhos, como o A380.

No total, os europeus teriam dado US$ 15 bilhões para o lançamento de jatos em condições preferenciais. O dinheiro, se fosse adquirido em bancos comerciais, teria custado à Airbus mais de US$ 100 bilhões.

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Os europeus garantem que a competitividade da empresa não está condicionada aos subsídios e que Washington também disponibiliza recursos à Boeing por meio de contratos militares. Segundo Bruxelas, essa teria sido a forma que os americanos encontraram para camuflar os subsídios.

Na Europa, a principal preocupação é com os subsídios dados para o modelo 787 da Boeing. Bruxelas alega que o dinheiro dado à pesquisa teria sido dez vezes maior que o que a Airbus recebeu. Já os americanos querem saber como a Europa planeja financiar o A350 que competirá com o novo produto da Boeing.

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Os dados apresentados nesta semana pelos governos serão avaliados pelos árbitros, que então anunciarão se americanos e europeus terão de reformular suas leis e subsídios.