Estudo conclui que Brasil investe pouco em inovação tecnológica

As empresas brasileiras investem pouco em inovação tecnológica de seus produtos e de processos. A conclusão é do estudo “Como Alavancar a Inovação Tecnológica nas Empresas”, feito pela Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), a partir da Pesquisa Industrial -Inovação Tecnológica Pintec/IBGE, que abrangeu 72 mil empresas do setor industrial.

Em comparação com outros países, o Brasil aparece com uma taxa geral de inovação pequena, de 31,5%, taxa de inovação em produtos de 18% e de processos de 25%. Segundo o consultor da Anpei, Mauro Arruda , essa é a trajetória tradicional do Brasil. ?Investe-se muito mais em processo, em eficiência produtiva do que no lançamento de novos produtos. Sob o ponto de vista da inovação, eu digo que estamos mais próximos de Espanha e Portugal e muito distantes da Alemanha e França, que inovam mais em produto ou inovam em produto e processo?.

Apenas 31,5% dessas empresas (22.698) realizaram pelo menos uma inovação no período de 1998 a 2000. O investimento em inovação tecnológica do Brasil fica pouco atrás de Itália (38%) e Espanha (37%), mas muito aquém das posições de Alemanha (60%), França (40%) e Portugal (42%). Um dado mais interessante, porém, são as taxas de investimento em processos e em produtos.

Os países mais ricos, investem mais em inovação de produtos, como França (33% em produtos contra 23% em processos), Alemanha (47% contra 36%). O enfoque em produto aumenta as chances de conquista de consumidores. Já nos países com histórico semelhante ao Brasil, se dá o contrário, com maior investimento em processos, por questões de custos, atualização industrial etc. Na Itália, 29% em processos contra 27% em produtos, e também na Espanha (26% contra 25%), Portugal (31% contra 26%).

Arruda conclui que a inovação tende a ser mais elevada nos setores não-tradicionais, como informática, eletrônica e telecomunicações, instrumentação, material elétrico e química. ?Os setores mais intensivos em conhecimento e tecnologia devem ter maior taxa de inovação porque utilizam tecnologias que são base e têm o ritmo acelerado de geração de novos produtos e processos de produção?, afirmou.

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