Estudante de direito confessa ter mandado matar a mãe

O estudante do quarto ano de Direito Adriano Saddi Lemos Oliveira, de 23 anos, foi detido na noite de quinta-feira e indiciado por homicídio qualificado, como mandante do assassinato de sua mãe, a empresária do setor imobiliário Marisa Saddi, de 46 anos. O crime ocorreu na noite de quarta-feira, dia 27, em Vargem Grande Paulista, no interior do Estado. Policiais do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos) apuraram que ele pagou R$ 40 mil para que dois pistoleiros a seqüestrassem e executassem.

Segundo a polícia, no momento em que a mãe era assassinada com vários tiros, o filho assistia a um jogo de futebol na residência dela, em um condomínio em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Na casa tudo estava preparado para Marisa sair em viagem de férias. Durante o velório, segundo testemunha, o filho chorou muito, lamentando o nível a que chegou a violência em São Paulo. Os pistoleiros foram pagos com o dinheiro obtido pela venda de um Audi. Tanto a contratação dos matadores, quanto a venda do veículo e o pagamento dos pistoleiros foram feitos por Cristiano Borges Ferreira, de 27 anos, motorista da família há oito anos. Ele levou os homicidas ao condomínio na caçamba de uma picape Mitsubishi, pertencente aos Saddi.

O crime foi esclarecidos por acaso, pelos poiciais do Denarc, que nem imaginavam ter ocorrido um homicídio. Eles detiveram Cristiano, por suspeita de envolvimento com tráfico de drogas. Assustado, ele entregou o patrão, que foi detido na região central da capital. Adriano contou aos policiais que é o administrador dos imóveis da família de classe média alta e que, recentemente, vendeu a uma instituição de ensino um imóvel na Avenida Vital Brasil, no Butantã, zona oeste, por R$ 15 milhões. Confessou ter planejado o seqüestro e a morte da mãe, por motivação financeira. Disse que dava a ela uma mesada que variada de R$ 15 mil a R$ 60 mil e que Marisa gastava grande parte desse dinheiro com o namorado, a quem sustentava. "Mandei matá-la para não ficar sem minha herança", afirma.

Dizendo estar arrependido, Adriano alega que apenas mandou seqüestrar a mãe e que, depois, iria decidir se ordenaria sua execução. Para o delegado Cosmo Stikovics, divisionário da Dise (Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes), o filho da empresária tentou planejar um crime perfeito, com requintes de crueldade, e comenta: "Ele mandou o motorista vender o carro para não sacar dinheiro da conta e deixar provas do crime".

Mais uma pessoa relacionada com esse homicídio foi detida, em Caucaia do Alto, na madrugada desta sexta-feira. Trata-se do comerciante Roberval da Silva Cavalcanti, de 36 anos, que teria agenciado os pistoleiros, segundo o motorista Cristiano. Como a legislação eleitoral proíbe prisões que não sejam em flagrante, nestes dias, os três foram indiciados em inquérito e soltos. O delegado pediu a prisão preventiva deles, que só poderá ser concedida na segunda-feira. Por isso a polícia teme que Adriano, por ter uma condição financeira privilegiada, aproveite o feriado eleitoral para fugir do País.

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