Na reta final da campanha, as repercussões do escândalo do dossiê Vedoin foram a provável causa da ampliação da vantagem de Geraldo Alckmin sobre Luiz Inácio Lula da Silva no Estado de São Paulo, onde ambos nasceram para a política, indica pesquisa Estado/Ibope. Lula perdeu 3 pontos porcentuais e caiu de 37% para 34%, ao passo que Alckmin subiu 2 e foi de 42% para 44%, o que levou o ex-governador a abrir 10 pontos de vantagem.
A pesquisa nacional Ibope para a TV Globo mostrou que a provável influência do novo escândalo que moveu os números de São Paulo atuou também na Região Sul e no conjunto das Regiões Norte/Centro-Oeste.
No Sul, Alckmin ganhou mais 2 pontos, subiu de 46% para 48% e agora lidera, com significativa vantagem, a disputa regional, enquanto Lula perdeu mais 4 pontos – provavelmente pelas mesmas razões da perda em São Paulo – e caiu de 34% para 30%.
No Norte/Centro-Oeste, onde Alckmin teve a ascensão expressiva de 6 pontos porcentuais, pulando de 31% para 37%, muito embora não tenha ido à região na reta final de campanha. Com o salto, ele ficou bem mais perto de Lula, que oscilou de 50% para 49%.
Nordeste, A Diferença
O Nordeste, onde Lula mantém uma larguíssima vantagem desde o início da disputa, mais uma vez faz a diferença e desequilibra a disputa presidencial. Lá, Lula oscilou 2 pontos para cima, de 67% para 69%, o suficiente para compensar a perda no Sul. Alckmin, que vinha crescendo na região, perdeu mais 2 pontos e caiu de 19% para 17%.
A oscilação do tucano pode ter duas explicações: uma, a repercussão menor do novo escândalo que envolveu o PT (a pesquisa Estado/Ibope mostrou, na última segunda-feira, que o porcentual de eleitores nordestinos que aceitam votar em candidatos acusados de corrupção é quase três vezes maior que o mesmo porcentual no Sudeste e no Sul). Outra, a opção estratégica de Alckmin, que na última semana preferiu intensificar suas visitas ao Sul e ao Sudeste. Às vésperas da eleição, os números da disputa por região mostram que Alckmin lidera no Sul com uma vantagem de 9 pontos porcentuais (48% a 39%); Lula vence no Sudeste com vantagem de 7 pontos (42% a 35%); o atual presidente supera o tucano no Norte/Centro-Oeste por 12 pontos (49% a 37%); e vence por larguíssima margem – 52 pontos – no Nordeste (69% a 17%).
A candidata Heloísa Helena (PSOL), que chegou a experimentar uma ascensão surpreendente em determinados momentos da campanha, refluiu em seus índices na reta final e agora só apresenta um porcentual razoável nas Regiões Sudeste (10%) e Sul (9%). No Norte/Centro-Oeste, ela tem 7% e, na sua região de origem, o Nordeste, registrou agora apenas 5%.